Mães estressadas não é uma novidade para ninguém. Entretanto, mamãe estressar seu bebê na barriga parece algo inusitado. Será que o útero, uma morada inicial tão confortável, aconchegante e amorosa pode deixar “passar” o estresse?
O ambiente ideal para um bebê que está se desenvolvendo no útero seria o de calmaria, acolhimento, uma escuridão aconchegante e um suprimento de refeições balanceadas, com direito a brincadeiras com o cordão umbilical.
Só que nem sempre as coisas correm tão bem para os bebês. Algumas mães sofrem de graus elevados de estresse durante a gestação, e, esse estresse pode ter implicações diretas no desenvolvimento do bebê. Quando a mãe está estressada ocorre uma serie de mudanças orgânicas, incluindo elevação do hormônio de estresse (cortisol) e podendo aumentar as chances de infecção no meio intrauterino.
Bebês prematuros ou bebês que nascem com baixo peso podem ser reflexo do estresse materno durante a gestação, e, esse estresse pode ser decorrente de muitas causas (violência doméstica, morte na família, perda de emprego, etc.).
Os bebês prematuros podem estar sujeitos a muitas complicações futuras, incluindo doenças crônicas (hipertensão arterial, diabetes) e atraso no desenvolvimento global.
Alguns estudos também relatam que o estresse na gestação pode influenciar no temperamento e desenvolvimento neurobiológico da criança. O estresse materno no primeiro trimestre da gestação pode propiciar, no futuro, o desenvolvimento de sintomas de irritabilidade e depressão no pequeno.
Mas como o estresse materno passa para o bebê no útero?
O mecanismo exato ainda é desconhecido. Entretanto, quando a mamãe experiência altas doses de ansiedade, seu corpo produz uma serie de reações químicas que além de afetar a homeostase de seu corpo, também afeta o bebê. Doses elevadas de epinefrina, norepinefrina, cortisol são liberadas na corrente sanguínea materna, atravessa a barreira placentária e chega até o bebê. Essas substâncias podem contrair os vasos sanguíneos do útero e reduzir a oferta de oxigênio para o mesmo. Essa ação a longo tempo pode prejudicar o desenvolvimento do bebê.
Além disso, a placenta aumenta a produção de hormônio liberador de corticotropina, o qual regula a duração da gestação e a maturação fetal. Os níveis elevados de corticotropina pode ser predictor de trabalho de parto prematuro.
Esse é um dos motivos do profissional de saúde, que acompanha a gestante durante o pré-natal, estar sempre “antenado” em avaliar o grau de estresse da futura mamãe.
Bem, o que a futura mamãe poderia fazer para reduzir o estresse e proteger seu bebê?
- Manter um bom acompanhamento de pré-natal
- Manter alimentação saudável e atividade física adaptada ao período gestacional
- Realizar medidas de controle de estresse; yoga, meditação, imagens mentais de segurança e tranquilidade
- Acessar rede de informação
- Acessar apoio psicológico se necessário
- Realizar atividades prazerosas