Com a lei da palmada muitos pais estão confusos sobre como disciplinar seu filho – “O que posso e o que não posso fazer”. Porém, uma coisa é certa, violência não educa e sim machuca.
Você já pensou que até dois anos seu filho era uma gracinha, um docinho, um amor de criaturinha? Pois bem, até esse momento ele ainda era um bebê.
Com a chegada dos famosos “Dois”, a criança vai se percebendo separado de sua mãe, e, como tal tem seus próprios desejos e sua intenção é se tornar cada dia mais independente; mesmo dentro de uma dependência relativa.
Com o desenvolvimento das crianças, suas agendas ficam cada dia mais complexas: brincar, escolinha, tarefas extracurriculares, etc. O preencher de atividades na agenda das crianças pode gerar um distanciamento da comunicação cuidador-criança. O tempo se torna escasso para o brincar e para o diálogo em família, sem contar que a maturidade emocional dos pequenos ainda é frágil para lidar com as necessidades do cotidiano. O cuidador fala e a criança não escuta!
Sei que, como pais, queremos filhos felizes e de bem com o mundo que os cerca. Para isso, não podemos simplesmente jogá-los “ao mundo”. Precisamos agir sobre o processo, corrigindo comportamentos inadequados, tirando proveito de uma determinada situação para ensiná-los como fazer melhor ou de outra maneira, ajudá-los a praticar o autocontrole das emoções mais complexas, e, acima de tudo manter uma relação de cumplicidade e reciprocidade.
Às vezes, nossos filhos se tornam intoleráveis. Podem estar cansados, com fome, com sono e a resposta é um belo ataque de nervos. Nesse momento vale a pena esperar ele se acalmar, sob a supervisão dos pais ou do cuidador e afirmar-lhes que não podemos ter tudo que queremos e que muito melhor de que gritar, esbravejar; é falar como estamos nos sentindo.
Ajudar a criança a colocar em palavras sua ira, raiva ou decepção é muito mais interessante do que ter crises explosivas e chutar. É claro que isso exige paciência, treino, perseverança e … muita persistência!
Educar os filhos não é uma tarefa simples. Ela é repetitiva e pode até parecer que estamos sempre falando e fazendo as mesmas coisas. Sinto lhes informar, mas a criança precisa de repetição assim como os adultos. Nem sempre fazemos tudo de maneira correta e esperada. Sofremos alguns escorregões e contamos com alguém para chamar nossa atenção!
Ensinar / educar uma criança não é uma responsabilidade isolada que pode ser efetuada em módulos. Educar exige constância e continuidade – significa ensinar as mesmas lições por vezes, porém, sempre com pitadas diferentes de tempero. Uma hora precisamos ser mais firmes. Em outra podemos baixar a guarda e sermos mais flexíveis. Fazemos isso para ajudar a criança a assimilar os princípios éticos e morais regidos pela sociedade em que ela vive.
Lembre-se que não é porque uma criança aprendeu o que é certo que ela vai fazer sempre o certo. Assim como nós, adultos, falhamos em descumprir alguma regra, ela também pode dar algumas derrapadas. O importante é estarmos ao lado dela para ajudá-la a compreender o que é certo e o que é errado.
Se pensarmos antes de agir tempestivamente com as crianças pequenas, vamos entender que corrigir um comportamento inadequado de imediato ajuda os pequeninos a lidarem com os sentimentos e a fortalecer a inteligência emocional. Com isso, estaremos construindo com nossos filhos um relacionamento de confiança e de credibilidade.