Freud, o pai da psicanálise, em seu trabalho Leonardo da Vinci , diz: “na maioria dos seres humanos, tanto hoje como nos tempos primitivos, a necessidade de se apoiar numa autoridade de qualquer espécie é tão imperativa que seu mundo desmorona se essa autoridade é ameaçada”.
A função paterna é fundamental para o desenvolvimento do bebê.
Segundo a função é dinâmica, já que o pai representa um sustentáculo afetivo para a mãe interagir com seu bebê e também, ainda nos primeiros anos da criança, deve funcionar como um fator de divisão da relação simbiótica mãe-bebê.
A criança necessita do pai para desprender-se da mãe e, ao mesmo tempo, também necessita de um pai e de uma mãe para satisfazer, por identificação, sua sexualidade.
Além do papel crucial que o pai exerce na triangulação pai-mãe-filho, o papel paterno é crucial para o desenvolvimento dos filhos: a entrada na adolescência, quando “a maturação genital obriga a criança a definir o seu papel na procriação”.
As crianças que não convivem com o pai acabam tendo problemas de identificação sexual, dificuldades de reconhecer limites e de aprender regras de convivência social. Isso mostraria a “dificuldade de internalização de um pai simbólico, capaz de representar a instância moral do indivíduo”. Tal falta pode se manifestar de diversas maneiras, entre elas uma maior propensão para o envolvimento com a delinqüência.
O comportamento dos pares e a ausência paterna vêm sendo associados com maiores índices de distúrbios do comportamento em adolescentes. Pesquisas mostram que a ausência paterna geralmente tem um impacto negativo em crianças e adolescentes, sendo que estes estariam em maior risco para desenvolver problemas de comportamento.
Não podemos esquecer das novas configurações familiares, onde um dos pais costuma ter um papel mais imperativo e o outro mais moderador. Não importa se os pais são homens ou mulheres. O que realmente importa, é como a criança aprende a construir seus modelos de ação e de atuação num mundo livre e participativo.