Este não é um fato isolado, e, certamente acontece em muitos lares.
As mães desempenham vários papeis (esposa, filha, neta,funcionária, chefe entre outros tantos) e se sentem na obrigação de darem conta de todos e de tudo.
Entretanto, quando o assunto é filho, a coisa“entorna”, principalmente, por que eles conseguem nos enganchar num sentimento terrível e devastador – o de culpa ou de que não estarmos fazendo de tudo para sermos boas mães,.independentemente do sentimento gerado – quando a mãe tem que sair para o trabalho, não é nada confortável deixar o filho chorando.
Nós nos sentimos verdadeiras algozes e desalmadas perante as crianças.
De nada vale nos sentirmos assim, com esse tipo de atitude das crianças, e, aqui estou me referindo as crianças pequeninas, na faixa de um a um ano e meio (1 a 1,5 anos). A primeira coisa que temos de entender é o que está se passando com a criança nessa faixa etária.
A criança com cerca de 15 meses está numa fase que denominamos de “treinamento”. É uma fase muito importante para ela,pois, já adquiriu a posição ereta, seu plano de visão mudou e ela pode ver o mundo sob vários ângulos.
Parece que seu bum-bum é um verdadeiro coxim – macio e muito resistente a quedas. É uma fase de verdadeiros arqueologistas, pois exploram tudo. Não sobra um cantinho ou um buraquinho – muito menos os buraquinhos das tomadas.
Sua tolerância a frustração está um pouco mais refinada, ou seja, já tolera que alguém ou um amiguinho lhe tire um brinquedo sem chorar torrencialmente como fazia até pouco tempo.
Aceita com mais facilidade as pessoas e gosta de se aproximar e interagir com elas. Digo isso, por que na fase anterior(menos de quinze meses) a criança estava muito mais ligada a mãe e periodicamente“treinava” se separar dela, retornando de tempos em tempos para se abastecer de afeto e da presença da mamãe. a mãe é realmente grande fonte de energia e segurança para seu filho!
Entretanto, nem tudo são flores e precisamos recordar que estamos falando de uma criança de cerca de um ano e meio.
Nessa fase a criança ainda é pequena para entender que a mãe vai sair para trabalhar e a seguir voltará para casa. Muitas delas se sentem inconsoláveis.
A criança também precisa de um período de adaptação para se afastar da mãe – ir se acostumando paulatinamente a outra pessoa ou a escolinha. Quero enfatizar que a separação é lenta e gradual.
Apesar da criança ser bem novinha, a mãe deve conversar e explicar, em palavras de fácil entendimento, que “a mamãe vai sair para trabalhar e que voltará ao final do dia”. Mesmo que a criança demonstre certo descontentamento,as palavras carinhosas da mãe geram conforto e segurança.
A criança nessa fase ainda precisa ter a lembrança mais frequente da mãe.
Para tanto vale telefonar algumas vezes durante o dia para que ela ouça voz da mãe, deixar perto dela um objeto exclusivo da mãe: um porta retrato com a foto da mamãe ou da família, ou se preferir a tecnologia, falar com ela pelo computador ou pelo Ipad ou celular.
São formas de aliviar a separação e transformar esse processo em algo mais lúdico e confiante.