Chorar faz parte da vida. Mas muitos pais têm dificuldade em lidar com o choro dos seus filhos.
Seja quando os bebês comunicam ou quando os maiores fazem birra, é preciso tentar encará-lo com calma. Afinal, ninguém cresce sem lágrimas.
O difícil é escolher o caminho correto quando o assunto é lidar com as lágrimas de uma criança. Algumas pesquisas mostram que a resposta dos pais ao choro dos bebês nos três primeiros meses é crucial para o desenvolvimento emocional e neurológico. A resposta rápida ao bebê não vai fazê-lo ficar mimado nem impaciente.
O que deixa uma criança mimada e birrenta é a ansiedade dos pais ou detalhes importantes como a falta de firmeza ao pegá-la no colo. Se a embalarem com segurança, e corresponderem à sua necessidade de forma tranquila, ela sentir-se-á amparada e poderá chorar menos.
A função das lágrimas:
É preciso lembrar que o choro é fundamental para a vida e que as lágrimas têm mais funções do que podemos imaginar. Quando elas escorrem pela face é porque há um excesso na quantidade produzida.
Esse lacrimejamento abundante pode ser causado por vários motivos: seja por uma razão física (como a dor), seja por razões emocionais (tristeza, medo). Os bebês até aos 2 meses, mais ou menos, choram sem lágrimas. Isto porque eles ainda não precisam umidificar os olhos.
Na sala de parto, por exemplo, o choro é seco e tem função fisiológica. No útero da mãe, o feto é oxigenado pela placenta. Ao nascer, o choro serve para abrir os seus pulmões e permitir a passagem do ar.
É graças ao choro que o bebê consegue comunicar nos primeiros tempos de vida. É também por meio das lágrimas que, já maiores, desabafamos e expressamos os nossos sentimentos, mesmo em situações de alegria.
Causas do choro nos bebês
– fome
– cólicas
– calor ou frio
– sono – fralda suja
– tédio ou necessidade de contacto
– dor
– desconforto
– excesso de estímulo
– susto ou medo
O meu filho chora demais!
A maioria dos especialistas entendem como chorona uma criança que passa mais de três horas por dia aos prantos, mas não existe um consenso. Se a criança estiver com todas as necessidades atendidas e continuar a chorar é bom consultar um pediatra.
Quando o choro se transforma em birra
A partir dos 9 meses, a criança percebe que, ao chorar, consegue algumas coisas. Pode assim passar a usar o choro para conseguir outras coisas que deseja, tentando manipular os pais. Se os pais acham que aquilo que a criança pede é desnecessário, não devem dar só porque ela chorou.
Se ela chorar e os pais cederem, vão confirmar que ela consegue o que quer pela birra. As lágrimas deixam de ser inocentes… Depois do primeiro aniversário, a tendência é que a criança troque as lágrimas por palavras. Ainda assim, o choro é frequente e as causas, variadas. Chorar faz parte do crescimento emocional. As causas da maioria dos choros deixam de ser fisiológicas e passam a ser psicológicas.
Apesar de estar a aprender a falar, a criança só consegue expressar os seus sentimentos com lágrimas. Isso ocorre porque ela ainda não tem maturidade emocional e o seu aparelho cognitivo ainda não está suficientemente desenvolvido para permitir uma expressão verbal das emoções. Portanto, a criança lida com a raiva, as angústias e as frustrações, chorando. Com o tempo, ganhará maior autonomia e entenderá melhor os limites que os pais lhe colocam.
As três regras-chave
1. Incentive a criança a falar dos sentimentos. Verbalizando as suas próprias experiências e pergunte-lhe como se sentiu perante momentos diversos.
2. Não desvalorize o choro da criança. É importante que ela saiba que você entende os motivos, ainda que não concorde.
3. Estimule os comportamentos que gosta, ignorando os que não aprova.