Para recomeçar uma relação que falhou (uma traição) é preciso novamente fertilizar o solo da confiança e da amorosidade recíproca.
Para aquele que se sentiu traído não é uma travessia fácil, mas é possível reparar as feridas tendo como base um novo princípio de confiabilidade, com regras e padrões mais assertivos.
Como iniciar o processo?
Estudos atuais tem demonstrado que o traidor precisa começar pela expressão do remorso. Lembre-se, trair é uma ação, que abala profundamente qualquer fundação, e, não raro, provoca um estresse desmedido.
O parceiro traído costuma se perguntar: “Por que ele fez isso comigo?”; “Quem é esse cara?”; “Que valores ele (a) tem?”; “Não o (a) reconheço mais!”; “Como posso confiar nele (a) de novo?” Moral da história, o “traído” só vai recuperar a credibilidade em seu parceiro após ter sua fé renovada e perceber que a confiabilidade pode ser restaurada em outras bases.
Não adianta o traidor se colocar numa posição vitimizada, e insinuar que a traição ocorreu por que o parceiro (a) não o compreendia, não valorizava suas qualidades, ou, não se sentia mais admirado. Quem traiu precisa assumir sua traição e ponto final.
No processo de reparação, o traidor precisa escutar a dor do outro por vezes (“n” vezes), para que com o tempo a aproximação entre ambos vá se tornando viável e “palatável”. O traído também precisa abaixar as armas e se esforçar para ser mais flexível quanto ao perdão. Deixar a posição de inconsolável, raivoso e rancoroso de lado e assumir que o conflito existe, e, que soluções podem ser tomadas.
Moral da história, o traído vai se esforçar para perdoar a traição e o traidor vai mostrar arrependimento.
Viver com a desconfiança é viver com a pulga atrás da orelha o tempo todo. O parceiro traído precisará entender, daqui para frente, que a verdade e a sinceridade é sempre o melhor caminho, e, que respostas vão ajudar a reconstruir uma nova imagem do acontecido. Perguntas como estas deverão ser respondidas: “Por que ele (a)?”; “Ela (e) é mais atraente ou inteligente do que eu?”; “Onde vocês se encontravam?” – As cenas picantes ficam de fora! Tudo tem um limite!
Uma conversa franca como essa não é fácil, mas é necessária, ajuda a digerir os sapos, a evitar segredos ou omissões, e, mais lá na frente, o famoso ‘eu te peguei’. Quando o parceiro se nega a falar sobre a traição, a chance do casamento prosperar é reduzida.
Confessar a traição não é o suficiente, é preciso realmente ser honesto. Promessas não tem efeito curativo. É necessário assegurar que tudo acabou, que a relação extraconjugal foi findada, e, para isso, provas devem ser colocadas sobre a mesa.
Como?
O traidor detalhará sua rotina, seus horários, seus caminhos, chegar na hora prometida, esvaziar a agenda dos telefones conflitantes. Isso não significa invadir a privacidade do outro, mas sim, restituir a segurança no parceiro, para que ele se sinta confortável novamente. Evite blefar, agora não há espaço para isso! A honestidade deve se assegurada pelo olho no olho, e, na transparência relacional.
Resumo da ópera: o traidor precisa mudar seu comportamento, oferecendo acessibilidade a sua vida pessoal e profissional ao parceiro traído. Este comportamento demonstra que daqui para frente, tudo pode ser diferente e confiável.
Os parceiros precisam conversar sobre o valor de voltarem a conviver juntos, e, que novas formas de traição não serão toleradas. Por fim o traído aceita as desculpas, inicia o duro processo do perdão, transmite confiabilidade e desejo de reparação na relação.