Não nego, que muitas vezes os casais tentam, durante um período de crise, retomar o diálogo de várias maneiras.
Conversam, prometem que não vão mais agredir um ao outro com palavras, gestos e atitudes.
Afirmam que vão investir nas mudanças relacionais, procuram agir como se nada tivesse acontecido e juram amor, respeito e fidelidade para sempre.
Apesar da “boa intenção”, os conflitos mal resolvidos são levados para debaixo do tapete, aí, uma hora acumula e começam a sair os resíduos pelas bordas. Padrões antigos de rusgas e agressões intermináveis voltam a assombrar o cotidiano. Acusações e exigências intermináveis aparecem, como maneira de apontar, que uma das partes não está cumprindo os acordos firmados, no momento da trégua.
Quanto mais curto ficam os períodos conflitantes, maior a chance de desgaste dentro da relação afetiva. Muitas vezes, é difícil admitir, que está complicado continuar casado e tentar conviver com pontos de vista tão divergentes. É preciso ter coragem para enfrentar a grande turbulência, avaliar o quanto vale a pena seguir viagem num voo solo, ou, tentar novamente uma reconciliação.
Chegar a conclusão que não vale mais a pena investir na vida a dois, é decidir olhar e resolver o problema de forma honesta e resolutiva, mesmo que isso signifique deixar para trás anos de investimento afetivo. Caso a decisão implique numa separação, o mais prudente é não blefar ou fugir do enfrentamento. Cada vez que fazemos isso nos tornamos menos verdadeiros consigo mesmos e mais fracos perante o parceiro.
Agir de maneira adulta e responsável não é fácil, pois, exige certeza que não se quer mais estar num fogo cruzado relacional, muito menos, manter uma vida com poucos recursos afetivos, e pior, viver infeliz.
Romper uma relação, não é demérito ou percepção, que nunca mais seremos felizes ou realizados ao lado de outra pessoa. Pelo contrário, é dar fim numa situação insustentável, para ganhar fôlego e fazer no futuro escolhas mais realistas e saudáveis.
Ter firmeza e não perder o foco pode ser uma ótima estratégia, quando a separação é a escolha dentro de um casamento falido. O fato de reconhecer os próprios desejos não nos deixa a mercê de um parceiro autoritário ou omisso, desleal ou chantagista, que pode retomar as “juras” anteriores para evitar o rompimento da relação.
Não importa os motivos do parceiro para afirmar que o casal deve permanecer junto, se você estiver segura de sua decisão. O permanecer juntos deixa de ser uma opção afetiva e amorosa para se tornar uma negociação de motivos, sustentar um comportamento de co-dependência, manter os recursos financeiros, não dividir bens, entre outros.
Se você pesou os prós e os contras, e, o diálogo se esgotou, procure ser honesta consigo mesma e leve em conta o início do texto: “Não converso mais!”. “Ponto final!!!”