Qual é seu estilo enquanto pai ou mãe? Voce é mais amigo ou mais distante? Voce é mais flexível ou exigente? Até onde pode ir sua crítica ou seu encorajamento?
A nossa percepção emocional influencia diretamente no nosso estilo parental e na criação de nossos filhos. Nosso estilo parental também é influenciado pelo estilo parental de nossos pais e assim por diante; até que resolvemos fazer um balanço se esses estilos são funcionais ou adequados para nós e para nossos filhos. Nesse contexto, abranjo a rigidez, a flexibilidade, os limites claros e tangíveis e assim por diante.
Quando nos dispomos a entender nosso estilo parental estamos nos abrindo para o tipo de pais que queremos ser e que tipo de “treinador emocional” seremos para nossos filhos. Que obstáculos teremos que transpor, que mitos e crenças teremos que deixar para trás e que novas ferramentas temos que inserir em nossa maleta emocional enquanto educadores de nossos filhos. Para tanto, precisamos fazer um exame de consciência e avaliar que tipo de pai ou mãe queremos ser!
Não quero fazer muita filosofia ou causar algum mal-estar, mas esta reflexão permitirá crescimento pessoal enquanto pai ou mãe. Que tal fazer uma breve análise e ponderar os seguintes aspectos?
Voce acredita que a criança quase não tem motivo para ficar triste? Que a raiva deve ser sempre controlada? Que a criança manhosa está em busca somente de atenção ou está lhe afrontando? Que a tristeza infantil é (des) considerável? Que criança costuma fazer manha para conseguir o que quer? Que a raiva deve ser explorada? Que não existe sentimentos bons ou ruins? Que a tristeza do meu filho deve ser investigada? Que por trás do mau comportamento existe uma criança desencorajada? Que a criança triste precisa ser amparada? Que a forma de demonstrar amor a um filho deve ser de maneira incondicional? Que minha irritabilidade pode influenciar o comportamento de meu filho? Que meu filho de 4 anos pensa e sente da mesma maneira do que eu só que em menor intensidade? Entre outras questões.
O modo como avalio as questões acima, mostram que tipo de pai ou mãe eu sou ou desejo ser!
A partir desses questionamentos e outros mais profundos, que você pode considerar realizar, podemos inferir que existem alguns estilos parentais que podem influenciar diretamente a criação e educação de nossos filhos. Gottman, cientista e terapeuta familiar cita quatro estilos parentais: os pais simplistas, os pais desaprovadores, os pais econômicos, e os pais preparadores emocionais.
De maneira geral, os pais simplistas não dão muita importância aos sentimentos da criança, podem até ignorá-los e apresentam dificuldade em detectar as próprias emoções. Os pais desaprovadores são parecidos com os pais simplistas, porém de uma maneira exacerbada. São muito críticos, os padrões são mais rígidos e inflexíveis e controlam e exigem obediência dos filhos o tempo todo. Tanto os pais simplistas como os desaprovadores costumam passar a mensagem de que sentir emoções é errado e inadequado e as crianças, por conseguinte, demonstram dificuldade em regular as próprias emoções, fazer amizades e se concentrarem.
O estilo pais econômicos, aceitam as emoções de seus filhos, as confortam quando necessário, não orientam a criança sobre emoções, são permissivos e não impõem limites. Não ajudam as crianças a resolver problemas e afastam as crianças das emoções negativas. No final das contas a criança segue com a mensagem de que ela é incapaz de regular suas emoções, apresentam dificuldade em fazer amigos e se relacionar com o outro.
Os pais preparadores emocionais vêm nas emoções negativas uma oportunidade de intimidade e de necessidade de apaziguar a criança. São sensíveis aos sentimentos dos filhos, respeitam as emoções dos pequenos, são acolhedores e ensinam técnicas de resolução de problemas. A mensagem transmitida aos filhos é de que ele pode confiar em seus sentimentos, regular suas emoções e resolver problemas. A autoestima é elevada e os erros são vistos como formas de aprendizado.
Com o sumário do “tipo de pais” você pensou ou refletiu em qual é o seu? Voce pensou como a forma como você lida com as emoções de seu filho pode influenciar não só na expressão de sentimentos, mas também como seu filho será capaz de buscar soluções, resolver problemas e se relacionar com o mundo a sua volta?
Acho que vale a pena você pensar sobre isso!