As vezes, temos que parar para pensar e rever conceitos e etapas. na educação de nossos filhos. Boas informações são sempre bem vindas
Todos os pais quando decidem se dedicar a uma educação pautada no respeito e na orientação emocional aos filhos acreditam que estão fazendo o seu melhor e eu não tenho dúvida disso!
O que não podemos deixar de lado é que, embora, nossa intenção seja as melhores, a receita não é infalível.
Não podemos deixar de levar em consideração o temperamento de nossos filhos. Algumas crianças nascem mais tolerantes e outras menos e é por isso que temos que refletir. Não podemos usar sempre as mesmas ferramentas educativas sem levar em consideração a especificidade de cada filho.
Os pais podem perceber que um filho é mais empático e solidário. O outro pode ser mais retraído e tímido. Sem falar naquelas crianças que são mais vivazes, espontâneas e com senso maior de independência. Cada filho é de uma maneira – isso já vem de “fábrica”!
O que estou querendo dizer é que temos insistido para que os pais sejam treinadores emocionais de seus filhos, mas que não apliquem a MESMA receita para todos os filhos da mesma forma. Lembrem-se cada filho é de uma maneira e com seu “jeitão” característico.
Os pais precisam ter a sensibilidade de observar cada filho com coerência e ver o que melhor se adapta a sua criança em questão. Embora, estejamos abrindo espaço para cada pai ou mãe flexibilizar no processo enquanto orientadores emocionais, em nenhum momento estamos enfocando na possibilidade de usar medidas que denigram a autoestima dos pequenos.
Certa vez, uma mãe me procurou para orientação de pais, pois sua filha de 7 anos parecia triste e retraída em casa e na escola. Parecia que a menina tinha um “aspecto” de vitimizada. Quando brigava ou discutia com o irmão mais velho de 10 anos, a mãe sempre dava razão para a filha mais nova. A final, ela parecia vulnerável e era a caçulinha.
Um dia a mãe percebeu a filha muito quieta e perguntou: “O que houve filha? Voce parece tão chateada”! A menininha respondeu que gostaria que seu irmão brincasse mais com ela e que ele fosse mais carinhoso”. De pronto a mãe abriu o seguinte comentário: “E você? Voce costuma ser legal com ele? Ele sempre fala que você mexe nos brinquedos dele sem ele autorizar” “Acho que é por isso que ele não gosta de brincar com você, você não acha”?!
Num primeiro momento, a mãe abriu espaço para que sua filha expressasse o que sentia e pensava, mas no segundo momento já abriu brechas para as críticas. Bem-intencionada, mas foi uma crítica! O suficiente para truncar o desenvolvimento de uma comunicação legal!
A mãe teria agido de maneira mais interessada e empática se tivesse mostrado para a criança que entendia o sentimento dela e que estava ali, de corpo e alma, para tentar ajuda-la e juntas buscarem a melhor solução. Quando a mãe da menininha a criticou, provavelmente ela estancou o diálogo ali e se retraiu!
Um outro aspecto que devemos levar em consideração é quando uma criança apresenta um mal comportamento. Evite na hora do ocorrido perguntas do tipo: “Por que você fez isso? “O que você tinha nessa sua cabeça”? “Voce agiu muito mal e é um péssimo menino (a)”!
Essas perguntas evocam o criticismo e o tom acusatório sem antes avaliar o processo. Assim, em vez de partir para o ataque, mantenha a calma e acalme a criança. Mostre interesse e tente buscar a emoção por trás do mau comportamento e quando aconteceu o ocorrido. Evite partir para a lição de moral e dos discursos de boas maneiras intermináveis. Certamente, seu filho não o escutará. Seria como apagar um incêndio com gasolina!
Observe esse exemplo! Maria chegou atrasada para pegar seu filho de 3 anos na escolinha. A criança já era conhecida por seu temperamento mais ansioso e impulsivo. A mãe se adiantou e assim que viu o menininho falou: “Desculpe querido! Hoje me atrasei e sei que você ficou triste e preocupado”! A criança se sentiu legitimada, seus sentimentos foram valorizados e de quebra a mãe ofereceu um beijo e um afago bem apaziguador. Provavelmente, as coisas tiveram um desfecho positivo!
Mais um ponto a considerar: evite os apelidos!
Apelidos podem virar profecias!
Evite nomear seu filho de: “o mijão”, “a teimosa”, “o gorducho”, “o lerdo”, “o mais inteligente”, “a teimosa”, “a histérica”, “a boazinha”, “o mentiroso”, etc.