“Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto …”, diz a musica de Chico Buarque.
Que o amor é um dos afetos mais aclamados ninguém tem dúvida, que ele transpassa por toda a esfera humana também não há dúvidas, todavia, o que difere o amor dentro de uma relação entre parceiros é o sexo.
Tendo isso como manifestação de amor, cumplicidade e reciprocidade, o sexo não deve ser renegado, esquecido ou deixado para segundo plano, ele faz parte do combustível do casal.
Se ele é tão importante porque será que com o tempo ele tende a cair no esquecimento? Porque será que o casal fica entediado em investir em manifestações amorosas? Porque será que os parceiros desejam, e, ao mesmo tempo referem cansaço e falta de disponibilidade para encontros apaixonados?
Quando o casal deixa de se tocar, de acariciar um ao outro, de beijar calorosamente e com desejo, é provável, que algo não anda bem na relação.
Não estou afirmando, que períodos de esfriamento sejam sinais de desamor ou de falta de interesse em estar junto do parceiro, apenas que uma luzinha amarela está acesa.
Em relacionamentos de longa data é esperado, que os parceiros se distanciem e se aproximem. É quase uma pulsação! Todavia, essa pulsação tem a peculiaridade de sofrer mais o estágio da atração. É como se o casal se conectasse e num outro momento se desconectasse. Seria algo, mais ou menos assim, junto e afastado, ou, ligado e desligado. Mas entre um movimento de expansão existiria outro de retração. As coisas iriam se adequando ao cotidiano e os parceiros entendendo, dentro de seu modo de ser e de viver, que é melhor manter a aproximação.
Quando isso acontece dentro de uma fisiologia amorosa, tudo bem. O problema é quando um dos parceiros se questiona: “Acho que ele não me ama mais”. “Ele não se interessa mais por mim”. “Ele não me enxerga ou percebe minhas necessidades”, entre outras.
Algumas interferências influenciam o sistema conjugal, o cansaço crônico, o estresse do cotidiano, a falta de dinheiro, doenças, morte de um ente querido, perda do emprego, ou, algo que possa abalar de maneira importante um dos parceiros.
Independentemente da causa, a falta de intimidade é capaz de congelar os afetos e embrutecer a proximidade sexual. Pensar sobre isso pode ser o início para uma boa reflexão!
Em contrapartida, existe o que chamamos de desejos e significados peculiares. A mulher precisa de aconchego, afago e companhia de seu parceiro para se sentir amada e desejar o sexo. Já o homem é mais objetivo e precisa de um espaço para se sentir inteiro e perceber que a relação é satisfatória. Não importa como cada um encara a vida, o importante é que de uma forma ou de outra, o casal precisa de um tempo exclusivo para exercitar o amor, o respeito, a intimidade e o sexo.
Cabe ressaltar, que não advogo para que tanto homem como a mulher não tenham seus momentos para olharem para suas próprias coisas, seus próprios desejos e seus projetos pessoais. Numa relação amadurecida, o entendimento se faz a partir da aceitação de que ter uma vida a dois, não quer dizer que ambos tenham que abdicar de seus interesses individuais, mas que a nutrição afetiva e a proximidade sejam estimuladas no contexto diário do estar junto e da estimulação do desejo em desfrutar de uma vida sexual plena.