Na criação dos filhos, tudo depende do relacionamento afetivo existente entre os pais e a criança.
Tenho percebido que nenhum compêndio escolar funcionará bem se as bases afetivas da criança não forem satisfeitas.
Observo que somente as crianças que se sentem realmente amadas e cuidadas podem dar o melhor de si e se tornarem pessoas de sucesso.
Com isso, não quero dizer que crianças afetivamente enriquecidas não são ocasionalmente chatas, “pentelhinhas” e com alguns episódios de explosão de ira. São crianças, estão testando e conhecendo o mundo. É no exercício da brincadeira e do dia a dia, que a criança enriquece seu mundo e aprende a olhar o mesmo com espectro de cores variáveis.
Do contrário, tudo seria chato e monótono. Seria a vida em branco e preto. As crianças precisam sentir que o amor e carinho de seus pais são verdadeiros. Do contrário, parece que sobra um vazio, e, que mais tarde elas não sabem de onde vem. A criança nutrida de afeto é mais fácil de educá-la e discipliná-la, mas como facilitar essas atitudes?
A nutricionista sabe nos orientar coerentemente que alimentos mais adequados devem ser oferecidos aos nossos filhos, suas calorias e a melhor forma de administrá-los (cozido, crus, assado, etc.). Nutrir de afeto, neste caso, é oferecer aos nossos filhos o autentico amor (sem aditivos, sem conservantes e sem espessantes), o mais puro dos sentimentos.
Ele é tão completo e próprio para o ser humano como o leite materno. Este tipo de sentimento apoia a criança pelo que ela é, e não pelo que ela faz. Assim, não importa o que ela faça, ou não faça, ainda assim seus pais a amam. Acho que é o amor incondicional! Está ai o nó da questão.
Os pais estão acostumados a expressar o amor condicional, baseado em restrições, recompensa e privilégios, do tipo: se você fizer tal coisa, eu te dou, deixo, falo, permito, etc. tal coisa. A criança se acostuma a agir pelo julgamento de seus pais e não pelo juízo amoroso e criterioso deles.
Não estou ressaltando que não seja necessário disciplinar os nossos filhos, mas a barganha só deve acontecer quando estamos seguros que a nutrição afetiva de nossos filhos está com tudo. Somente os afetos reais previnem ressentimento, amargura, culpa, medo, insegurança e o tão conhecido bullyng.
O que seria o amor verdadeiro? É o sentimento que a criança desenvolve de sentir-se amada pelos seus pais e cada criança tem um jeitão especial de perceber o amor: quer pelo contato físico, quer pelas palavras de afirmação e incentivo, quer pela qualidade de tempo que os pais dispensam a ela, as atitudes amorosas e protetoras dos pais, entre outras. Gostaria de deixar claro que não quero fazer apologia ao mimo.
Mimar é dar a criança o que eu não posso, ou não consigo dar de mais íntimo, e, então eu compenso com presentes e recompensas em demasia. Será que devemos amar os filhos somente quando eles fazem coisas que nos agradam, quando atingem metas e expectativas determinadas por nós?
Não, pois, eles não se sentirão verdadeiramente amados. Sentirão sim inseguros, imaturos e com a sensação de só serem aceitos se corresponderem sempre as necessidades do outro. É o vazio. Já que estamos falando em amor verdadeiro, gostaria de desejar a todos os leitores uma páscoa em família, com muito amor e sentimentos verdadeiros de união e fraternidade.