A autoconfiança na infância ( self-steam) pode ser aprendida e desenvolvida, principalmente quando temos pais presentes e conscientes.
Quem está acostumado a ler meus textos, quer aqui no blog ou quer em outras mídias, sabe que eu não gosto de dar receita de bolo para educar filhos, do tipo: 5 passos para…; 10 dicas para…; e assim vai…
Dessa vez vou me render e escrever algumas reflexões para os pais ajudarem seus filhos a desenvolverem a autoconfiança desde a tenra idade. Desenvolver a autoconfiança, independente da faixa etária é ir de encontro ao bem-estar emocional, mental, físico e espiritual, pois, no fundo é nos sentirmos autoassegurados e embasados pelos nossos próprios princípios.
Moral da história; sermos pessoas de sucesso! Por sucesso entendamos, pessoas realizadas e de bem consigo e com o mundo!
Como estimular o desenvolvimento da autoconfiança na infância?
Bem, vamos considerar os seguintes pontos:
- Considere os elogios: não tenho dúvida de que nossas crianças precisam de elogios e reforços. Se seu filho está aprendendo algo novo (jogar bola, andar de patins, subir na árvore, desenhar, etc.) é esperado que ele olhe para você sempre que ele conseguir sobrepor barreiras e com isso obtenha sua aprovação e reforço. Precisamos dizer palavras de incentivo, do tipo; “bom trabalho”; “parabéns pelo seu esforço e dedicação”, entre outros. Não são elogios do nada, são elogios pautados na observação do esforço da criança. Não estamos elogiando-a simplesmente por ela ser bonita ou engraçadinha.
- Acordos são muito bem-vindos: colocar a roupa suja no cesto, ajudar-lhe a tirar a mesa, escovar os dentes ou guardar os brinquedos, são atividades combinadas – tratos! Não fique elogiando desmedidamente seu filho por algo que, supostamente, era para ele ter feito. Diga tão somente “obrigada”!
- Evite “salvar” seu filho de tudo e de todos: como pais não queremos que nossos filhos se firam, sintam seus sentimentos abalados ou cometam erros. Claro que isso é um pensamento irreal, pois nossos filhos vão machucar os joelhos sim, vão ser magoados por outras crianças e vão errar de diversas maneiras. As crianças precisam aprender com seus próprios erros, pois só dessa maneira elas vão testar o mundo real e aprenderem a viver plenamente nele. Nessas tentativas de acerto e erro, as crianças vão desenvolvendo a resiliência, superando obstáculos, aprendendo a lidar com riscos, e críticas. Não estou dizendo que devemos deixar a criança “se virar” a própria sorte. Precisamos mostrar que estamos ao lado delas e não sobre ela, sufocando-as.
- Crianças também tomam decisões: quando a criança tem a oportunidade de fazer suas próprias escolhas, desde cedo, ela está desenvolvendo muitas competências emocionais (confiança, julgamento, autocontrole, outras). Ofereça duas ou três opções e deixe que ela decida. Crianças de 2 ou 3 anos já podem treinar pequenas escolhas: ” você prefere um pedaço de maçã ou de pera? Você prefere a camiseta azul ou a branca”?
- Otimismo se aprende em casa: assim como aprendemos a nos tornarmos críticos em demasia conosco e com outrem com nossos cuidadores, podemos também aprendermos a ser mais otimistas. Em vez de apontarmos sempre o lado ruim da história, vamos ajudar a criança ver a realidade por outro prisma. Se por acaso seu filho não se sair tão bem na leitura do livrinho ou na contação de uma história em sala de aula, não seja a primeira a tripudia-lo. Apenas afirme que da próxima vez vocês poderão treinar a leitura em voz alta ou que vocês poderão repetir a história algumas vezes antes dele apresentá-la a turminha da classe.
- Cada um tem seus interesses e habilidades: mostre ao seu filho que na vida tudo tem opções. Não existe só futebol, ballet, basquete, artes marciais e etc. Que em meio a tantas coisas ele pode encontrar algo que ele gosta e de quebra se aproximar dos amigos. Vamos supor que a maioria das amigas de sua filha estejam engajadas em classes de ballet e sua filha não aprecie essa atividade. Por outro lado, você percebe que ela adora desenhar. Mostre para ela que ela pode fazer desenhos sobre o ballet e mostrar para as coleguinhas. Dessa maneira ela faz o que gosta sem se distanciar de seus pares.
- Incentive a resolução de problemas: as crianças se sentem confiantes quando conseguem resolver seus problemas ou quando negociam com os amigos. Tome esse problema: uma criança no parquinho vem chorando para a mãe, dizendo que o coleguinha pegou seu baldinho de areia. Pergunte a ela como o problema poderia ser resolvido. Caso ela sugira tomar o brinquedo do colega, pergunte a ela o que poderia acontecer se ela assim o fizesse e se isso realmente a faria feliz. Se realmente não haveria outra saída.
Uma vez uma criança de 4 anos me contou que seus pais fizeram esse exercício com ela, e ela desistiu de tomar o brinquedo de volta e preferiu dividir seu baldinho com o colega e o colega lhe emprestou seu balão “voador”.
- Use o futuro: as crianças adoram quando os pais fantasiam o futuro. Que tal fantasiar que no futuro eles podem ser cantores, engenheiros, conhecedores e viajantes do mundo e etc. Esse tipo de brincadeira ajuda os pequenos a observar o mundo como algo a se ter esperança e confiança.
Como voce pode notar, a autoestima na infância pode ser uma habilidade aprendida no seio familiar e que poderá repercurtir de maneira positiva na vida adulta de nossos filhos!