Casamento adoece e a solidão também, principalmente quando não temos a coragem de procurar ajuda especializada.
Outro dia eu estava com um casal e os surpreendi perguntando: “O que seria pior, um casamento infeliz ou uma vida solitária?” Ambos me olharam e ficaram mudos por alguns instantes. O que você responderia?
De início pode parecer ridículo dar uma opção pior que a outra, mas acreditem, tem muita gente que permanece numa relação desgastada e empobrecida, simplesmente, para evitar a solidão ou ter que gerir a própria vida. Outros casais, relatam que preferem manter um “mundo a parte” para ter momentos de prazer e satisfação e que não abrem mão de voltar para casa no horário certo. Tudo se mantem como esperado e certo! Tudo pelas aparências!
Qualquer uma das atitudes citadas não são saudáveis, pois, qualquer uma delas é devastadora para a saúde emocional de qualquer cristão. São destrutivas e podem levar a desregulação de um corpo vivo. Alguns casais usam a metodologia “antes acompanhado do que só” como forma de tamponar as frustrações e a falta de iniciativa para recomeçar a vida – muitos preferem a traição ou o isolamento emocional à tomada de uma atitude.
Casais com baixa confiança adoecem e morrem mais. Não sou eu quem diz isso. São os estudos da área de família. Os pesquisadores observaram que casais que se tratam como adversários, jogando em times opostos se separam e não querem nem sequer olhar para traz. As memórias do passado ficam num limbo muito distante. Como se não tivesse havido nenhum momento a ser lembrado com certa alegria ou nostalgia. Se separam do tipo “acabou, acabou e pronto!”.
Um outro estudo apontou que um número muito expressivo de maridos falecia antes de suas esposas apenas por estarem infelizes em suas relações afetivas de longo prazo quando comparados aos maridos inseridos em casamentos cooperativos. Em adição, existem outras pesquisas que apontam que homens que acreditam que suas esposas ou parceiras os amam são menos propensos a terem úlcera e apresentam menor taxa de doenças cardiocirculatórias.
Podemos inferir que o amor, o carinho e o respeito entre os parceiros são fatores protetivos da saúde física e emocional. Que venham boas relações!
O desamor é democrático e também acomete a saúde das mulheres. Desamar não escolhe sexo, gênero ou cor. Os mesmos estudos citados anteriormente, demonstraram que as esposas que se sentiam em um casamento infeliz demonstravam maior incidência de doenças psicológicas e físicas do que as mulheres que estavam em uma relação satisfatória.
Por outro lado, as esposas que se sentiam seguras do carinho de seus companheiros exibiam níveis elevados de oxitocina – conhecida como hormônio do carinho e amor, mostrando uma conexão saudável, sensação calmante, protegendo-as do estresse.
Quando o casal está “emocionalmente regulado” um regula a fisiologia do outro, numa verdadeira parceria de saúde. O contrário é verdadeiro! A neurociência também procura explicar a autoregulação matrimonial por meio dos neurônios espelho, ou seja, a empatia de um acalma ou assegura a tranquilidade do outro e vice-versa.
Na minha experiência, noto que quando os parceiros percebem o quanto um é importante para o outro, ambos se sentem seguros e desfrutam de muito bem-estar e companheirismo. Confiança é um ingrediente potente para alicerçar uma boa relação.
Portanto, um relacionamento “feliz” é bom para os parceiros e para a saúde geral. Por outro lado, se a relação estiver desgastada, infeliz e com baixa empatia, é mais saudável cada um seguir seu caminho e elevar as probabilidades de obterem mais saúde geral seguindo, temporariamente, seu caminho “solo”. Voltando ao início do texto, os estudos mostram que casamentos infelizes adoecem e que, o isolamento a longo prazo também. Moral da história, o melhor a fazer é só entrar num relacionamento quando existe honestidade, transparência, responsabilidade, valores éticos, aliança e muito amor!
Se você quiser ler mais sobre as pesquisas mencionadas acesse https://www.gottman.com