Casamentos costumam passar por ondas de vai e vem.
Alguns livros de autoajuda relacional costumam apontar os problemas do casamento, como algo derivado da má comunicação.
Um dos parceiros, ou ambos, podem ter problemas para ouvir, falar, decodificar o que está sendo comunicado. Que bom se fosse só isso.
Alguns parceiros falam num idioma desconhecido de seu parceiro, e, a tradução é ineficiente ou ausente, e, a compreensão do que se é falado vira estação fora de sintonia. Para que a comunicação se torne eficiente é preciso usar uma técnica, que alguns autores chamam de “afinar o instrumento de dentro para fora e de fora para dentro”. Não é nada fácil ler uma pauta musical, principalmente, para quem não foi alfabetizado na linguagem musical.
Alguns parceiros atingem essa afinação mais rápido do que outros. Por outro lado, existem parceiros, que passam longe da afinação. A afinação depende do sentir e da interpretação dos próprios sentimentos, e, dos sentimentos do parceiro, principalmente, de saber modular as emoções negativas. “Vish” acho que o caldo está entornando!
Cá para nós, não é nada fácil, mostrar para nosso parceiro quando estamos tristes, desapontados, frustrados ou com raiva. Parece que temos dificuldade em mostrar nosso lado comercial. Por outro lado, assim, como a alegria, o amor, a afeição são sentimentos, os sentimentos negativos também fazem parte de nosso rol de afetos. Não somos santos e por isso, expressamos sentimentos positivos como os negativos, e, ambos podem ser muito úteis em momentos de nossa vida.
Todos os sentimentos são oriundos de nosso arcabouço infantil, e, aprendemos sabiamente, quando possível, a lidar com eles. A leitura desses sentimentos passa pelo nosso crivo de interpretação, aprendido em nosso seio familiar. Algumas famílias deturpam o que seus filhos estão sentindo, e, banalizam emoções fortes como a tristeza, a raiva, entre outras. Os pais acabam “funcionando como filtros emocionais”, do tipo, não foi nada, logo passa. São pais que desqualificam as emoções dos filhos, as minimizam e acham que falar sobre sentimentos é coisa de “fracote”.
Entretanto, existem pais, nobre leitor, que enxergam a raiva, a tristeza, o temor, o medo, o desespero, o nojo como uma oportunidade de se sintonizarem com seus filhos e ajudá-los a compreender melhor o que estão sentindo, e, o por qual razão estão reagindo de tal forma. São pais empáticos.
Pois bem, com os adultos as coisas funcionam da mesma maneira. Quando o casal não está em sintonia, o parceiro nega as emoções do outro ou as minimiza. É comum o cônjuge dizer a sua esposa “ Calma, não fique triste. Poderia ter sido pior”! O parceiro acha que está apoiando o outro, mas na verdade está obstruindo a comunicação; pondo um ponto final no diálogo, mesmo com “boa” intenção. Parceiros que agem assim não são empáticos e estão desafinados. Não aprenderam “sintonia de berço”!
Aprender a decodificar as emoções do outro pode ser visto como uma oportunidade de estabelecer uma boa conexão, evitar o distanciamento e afinar o instrumento de dentro para fora e de fora para dentro.
Como fazer isso?
PRA-TI-CAN-DO!