O bebê quando nasce, pouco conhece sobre o relógio. Não sabe quando é dia e muito menos quando é noite. O relógio mais conhecido do bebê é o de suas necessidades básicas: hora de mamar, hora de ficar limpinho, hora de ser aconchegado e a hora do “chororo”!!
As mamadas ainda não são tão regulares, as vezes o peito da mamãe fica “empedrado” e num final de tarde, começo da noite começa um choro estridente, alto e muito angustiante. Acorda ou coloca em estado de alerta a vizinhança toda. Os pais procuram acalentar o bebê, passeiam pela casa, oferecem leite morninho, favorecem um banho relaxante, mas nada conforta o pequeno.
Aí começam os questionamentos: Leite fraco? Mãe incompetente? Doença grave? Pai barulhento?
A mãe e toda a família ficam estressados e sem saber o que fazer!
Primeiro de tudo, vamos entender o básico, ou seja, como é o choro da fome. Quando os bebês estão com fome, o choro é vigoroso e forte, porém, é só colocar o bebê no seio que ele prontamente começa a mamar e a se acalmar. Por outro lado, existem alguns pequeninos, que ficam tão afoitos para mamar que mal conseguem se “encaixar” no seio, e, a mamãe precisa ter muita paciência para favorecer o encaixe.
O choro de dor também é forte, alto e ininterrupto. Não cessa com o oferecimento do seio ao bebê. Pelo contrário, o bebê demonstra irritabilidade e repulsa ao seio. É como se ele estivesse dizendo; “Preste atenção em minha linguagem corporal – não é isso que eu quero e preciso agora!” A dor pode estar relacionada a cólica ou a outro desconforto intenso. Fraldas sujas, frio ou calor são apaziguados quando a mãe soluciona esses tipos de desconfortos.
Se tudo parece meio parecido, como eu posso diferenciar uma coisa da outra? Muitas vezes, além da hierarquização de problemas: fralda suja, calor ou frio em demasia, ambiente muito estimulante, roupa apertada, devemos lançar mão de nossa capacidade de nos empatizar com o bebê e fazer as exclusões necessárias. Caso tudo isso esteja em conformidade, é muito provável que o bebezinho esteja com uma dor ou cólica. De qualquer maneira, vale a pena ressaltar que doenças mais sérias, normalmente, vêm acompanhadas de outros sintomas, tais como: febre, lesões de pele, vômitos, diarreia, falta de desejo para mamar, etc.
O “chororo” da cólica tem começo e hora para acabar, mas para quem está vivendo a situação, parece uma eternidade! Geralmente acontece no final da tarde e começo da noite, dura minutos a horas, com períodos de melhora e períodos de piora e, muitas vezes, no fim da dor, o bebê elimina gases ou evacua. O nenê se alivia e consegue dormir e relaxar!
Mas o que é essa CÓLICA que faz meu bebezinho sofrer tanto e angustiar a família? Muitos estudiosos, relacionam a cólica a uma imaturidade funcional do tubo digestório do bebê, ou seja, as fezes ainda não possuem uma consistência definida, existe o refluxo fisiológico e os movimentos do intestino ainda não estão bem regularizados. É como se o sistema digestório do bebê estivesse fora do compasso.
O melhor de tudo é que a cólica, geralmente, tem data para começar e acabar. Pode iniciar por volta dos 15 dias de vida e cessar por volta dos 3 meses de idade do bebê. Se pensarmos que o bebê dobra seu peso de nascença até os 4 meses, toda essa engenharia metabólica exige muito do intestino do pequeno.
Além da imaturidade intestinal do bebê, outros fatores também podem influenciar na cólica do bebê, e, alguns deles estão relacionados a preocupação e a ansiedade em demasia dos pais. Sem querer os progenitores criam um ambiente tenso ao redor do bebê. Acreditem vocês, o bebê tem toda a capacidade para perceber essa tensão. Assim, o ambiente emocional ao redor do nenê deve ser o mais calmo e acolhedor possível. Esse ambiente para ser conquistado, também precisa contar com a tranquilidade da mãe e a presença ativa e carinhosa do pai e familiares.
Por fim, enquanto as crises de cólica durarem é indicado: manter o meio ao redor do bebê o mais calmo possível; realizar massagem circular na barriguinha do bebê; aplicar compressa morninha ou bolsinha de água morna na barriguinha do bebê e movimentar as perninhas do bebê como se ele estivesse andando de bicicletinha. Não esquecer que chás e água são contraindicados para os bebês pequenos e que medicações só devem ser empregadas sob orientação médica.
Ah, já ia me esquecendo! Os produtos naturais, como os derivados da chicória e do funcho não apresentam evidencias científicas que são capazes de aliviar a cólica do recém-nascido. Na dúvida, consulte o pediatra.