Uma boa relação deve ser pautada na confiança e no ajuste relacional.
Todo casal precisa ter em mente e às claras o que um pode ou não esperar do outro. Após uma traição, o casal necessita decidir se vão continuar na mesma estrada ou se vão tomar rumos diferentes.
Tomemos por decisão que o casal resolveu ficar junto, que amadureceram o “perdão”, que novos arranjos relacionais foram discutidos e colocados em prática. Nesse momento é hora de seguir em frente e fazer alguns ajustes no novo relacionamento.
A primeira coisa que o casal precisa reconhecer é que a relação anterior não atendia às demandas do casal, e, uma nova construção sólida deve permear os novos acordos conjugais. É chegada a hora de compartilhar os pontos negativos, as fraquezas, os pontos vulneráveis, e aceitar, que se desnudar das couraças requer coragem e muito desejo de ficar junto.
Em segundo lugar, os parceiros precisam lidar com os novos conflitos, que podem surgir na nova caminhada, mas dessa vez com uma singularidade, uma aliança muito forte permeada de verdade, confiança e reciprocidade.
Terceiro, e não menos importante, o ex-traidor investe duplamente na relação: o casamento está em primeiro plano, e, o casamento está em primeiro plano. Isso mesmo, o casamento, a relação e o entrosamento afetivo não darão margens para qualquer evento, que deixe a ligação afetiva do casal em segundo lugar. É uma atitude difícil de ser cumprida, pois, sempre aparecem situações no cotidiano, que nos forçam a sucumbir o casamento em detrimento do trabalho, de um amigo necessitado, ou, até mesmo, de um parente moribundo.
Lembre-se, a relação ainda pode estar fragilizada, precisando de muito fertilizante, de atitudes positivas e probatórias. Assim, não há espaço para o descuido, somente para o investimento positivo. O cônjuge traído, precisa se sentir fortalecido da atenção e da confiança do ex-traidor.
Quando ocorre uma traição, dificilmente o acontecimento permanece em uma caixa forte, blindada do conhecimento alheio, ou, das fofocas dos maus intencionados. Assim, o resgate da relação pós-perdão também envolve uma aparição pública com nova roupagem. Pode até parecer simplório, ou, que estamos dando linha para os outros, mas avisar os familiares próximos, os amigos do dia a dia, que os parceiros reafirmaram um novo “contrato de casamento”, que estão tentando viver de uma maneira nova e compromissada, ajudam a reforçar a aliança matrimonial, a dar um colorido à nova realidade. As pessoas próximas tendem a reforçar os comportamentos positivos do casal, a torcer para que o relacionamento prospere.
Atitudes como essa mostram que um novo conceito relacional está sendo proposto, que o mínimo que o casal espera é confiança e ausência de “pitacos” negativos ou maldosos.
Última etapa e talvez a mais difícil, retomar a intimidade sexual. Usualmente o parceiro traído se recente em aceitar uma conexão intima com o ex-traidor, com medo que tudo possa acontecer novamente, que feridas maiores e mais doloridas surjam. Porém, se o casal está disposto a permanecer juntos, a habilidade da conquista e do prazer devem ser retomados, com muita sutileza, delicadeza, envolvimento e compaixão.