Outro dia eu estava conversando com alguns colegas da área de saúde mental, que trabalham com casais, e tentávamos chegar a alguns pontos em comum sobre casais que se “enrrusgam” em algum período da relação.
Algumas situações eram comuns para a grande maioria dos casais, outras eram mais específicas mediante um problema em questão. Todavia, ninguém passava batido quanto a ter, em algum momento, alguma área de conflito na relação.
Não é nada fácil driblar as ocorrências do cotidiano sempre de bom humor ou de maneira assertiva. É lógico que se pudéssemos ser sempre disponíveis para acordos o mundo seria melhor.
Seria melhor para nós enquanto indivíduos, melhor enquanto casal e melhor enquanto sociedade. Entretanto, sabemos que as coisas não funcionam assim de maneira lógica e previsível. O relacionamento a dois exige cuidados delicados, assim como outras relações (filhos, família, amigos, outras).
Quem nunca acordou atrasado e a seguir teria uma reunião importante, uma prova, um encontro desejado ou até mesmo não perder a hora do café da manhã, arrumar as crianças para a escola e de quebra ainda esquecer o trabalho dos pequenos sobre planetas?
São muitas as atribuições dos adultos!
Portanto, perder o “tempero” não é difícil. Nem sempre controlamos as coisas como gostaríamos – na verdade o controle é irreal.
Assim, pensamos sobre alguns pontos que fazem com que os casais saiam de sintonia e atravessem momentos conturbados.
Quais desses pontos você acha que acontece com você ou seu parceiro?
( ) Ele é muito controlador
( ) Ela é mandona
( ) Ele é pouco empático às minhas questões
( ) Ela se melindra por tudo
( ) Ele costuma me deixar fora das questões financeiras
( ) Ela gasta muito com roupas, maquiagem, sapatos e adornos
( ) Ele é muito autoritário com as crianças
( ) Ela é condescendente com as crianças
( ) Ele evita os parentes dela e ela se recente por isso
( ) A casa está sempre uma bagunça e desorganizada
( ) Programar as férias é sempre um inferno
Se você assinalou alguma das questões acima é porque você tem alguma área de vulnerabilidade e que precisariam ser trabalhadas para que no futuro a relação não estivesse massacrada por uma bola de neve.
Mas como fazer isso?
Por onde começar?
Pense em refletir sobre esses pontos:
1- Como começou a relação de vocês? Qual era o clima (romântico, tenso)?
2- Quando ocorreu a primeira desilusão entre vocês? Como vocês lidaram com a questão?
3- Se você pudesse dar um “título” para a relação de vocês, qual seria?
4- Quais tipos de sentimentos permeiam a relação de vocês?
5- Como vocês negociam os conflitos do dia a dia?
Se você conseguiu responder a essas reflexões de maneira verdadeira e os prós da balança se inclinaram para o positivo, OK, vá em frente que sua relação matrimonial está saudável.
Do contrário, reserve um tempo para pensar sobre ela (relação) e procure formas de reconsiderar as falhas e ponderar sobre saídas viáveis para o casal e para você de maneira individual.