As crianças se sentem melhor quando se sentem inseridas nas atividades de casa. Ajuda na autonomia, empatia e autoestima.
Imagine você começar o dia em família dando ordens o tempo todo. Faça isso, faça aquilo, você esqueceu isso, você não guardou aquilo, você não comeu tudo, você não arrumou sua mochila para a escola, pegue seu casaco, escove os dentes, você largou seu brinquedo no sofá, etc.
Não estou querendo passara mensagem que é errado seguir a rotina em casa e muito menos não valorizar a colaboração individual. Manter um lar em bom andamento é assegurar a saúde mental familiar.
As famílias da atualidade vivem assoberbadas com várias atividades, programações e deveres. Se as coisas acontecem assim, parece claro que precisamos de planejamento prévio e redução dos estressores diários.
Cada membro da família, mediante sua idade e da fase de desenvolvimento precisa colaborar com as atividades da casa – isso representa desenvolvimento da cidadania. Tem crianças que não colaboram em casa, pois, seus pais fazem tudo por ela. O fazem devido ao tempo curto ou o fazem por acharem que a criança não tem habilidade para executar nenhuma tarefa solicitada com competência e perfeição. E aqui entra os padrões rígidos e inflexíveis dos pais.
Quando os pais tolhem a participação das crianças nos afazeres da casa, eles estão contribuindo para o desenvolvimento de pessoas sem iniciativa, egoístas e pouco comprometidas. De um lado os pais cobram das crianças o que não foi feito e de outro fazem tudo por elas. Esses pais passam mensagens contraditórias.
Se quisermos que as crianças colaborem em casa precisamos dar incentivo, oferecer oportunidade e escolhas para que elas desenvolvam paulatinamente a autonomia e o senso de comunidade. Deixar a criança escolher permite o desenvolvimento de habilidades assertivas, autonomia (de acordo com a idade e fase de amadurecimento), autoestima, responsabilidade, aumento do repertório emocional e de linguagem, etc.
Ensinar a criança o poder de escolha requer tempo, paciência e boas habilidades parentais. Uma criança de 2 anos pode ser orientada a escolher entre a camiseta azul ou a verde. Já uma criança de 7 anos pode escolher entre a camiseta azul, verde ou a amarela. Isso demonstra que conforme ela vai crescendo seu poder de escolha pode ser ampliado e precedido de responsabilidade. A criança se sente valorizada quando é ouvida e mantem essa escuta e confiança interna para o resto de sua vida.
Um outro exemplo, uma criança de 3 anos pode passar um pouco de geleia no pão, desde que a mamãe segure o pote e a criança se sinta confiante para se servir. É claro que podem acontecer acidentes! Cabe a nós nesse momento evitar o criticismo e perguntar se ela gostaria da nossa ajuda. Moral da história, para ensinar escolhas e ensinar as crianças que se tornem responsáveis por elas, precisamos de calma, perseverança e atitude positiva.
Em adição, um adolescente pode ter a escolha de levar ou não o guarda-chuva num dia nublado pra escola. Porém, se chover ele vai considerar a consequência de chegar molhado em casa. Como vocês podem notar, as escolhas vão obedecendo o processo de maturidade da criança e o bom senso dos pais.
Escolhas fazem parte da vida, assim como os caminhos que vamos traçar no futuro. Por isso, precisamos treinar “escolher” desde a idade tenra e isso aprendemos e treinamos em nossa casa.