Crianças não são anjos, podem morder e provocar muita bagunça nos sentimentos e comportamentos dos pais e de quem convive com elas.
Não sei onde essa história começou de que crianças são verdadeiros anjinhos e incapazes de pensar ou fazer mal a alguém. Crianças seriam uma “espécie” de divindade ou seres do universo que só têm sentimentos adequados, se comportam de maneira mágica e que se fazem algo errado, obviamente a culpa é dos pais – ou mais precisamente, como diária os psicanalistas de antigamente, a culpa é da mãe.
Calma não estou afirmando nada disso. É apenas um momento para descontração!
Tenho certeza que a maioria dos pais se preocupam quando presenciam ou alguém comenta que percebeu que sua criança estava com muita raiva. Por raiva entenda: fazer “birra”, jogar objetos no chão, gritando, batendo, empurrando, batendo, chutando e mordendo.
Gostaria de enfatizar que morder é um comportamento comum nas crianças pequenas (1,5 a 3 anos), tendo em vista que o repertório de palavras delas ainda é pequeno e a forma mais rápida e apropriada para se expressarem, ao ver delas, é mordendo. Portanto, morder numa criança em processo normal do desenvolvimento não é uma aberração, significa apenas um descontrole emocional momentâneo e uma dificuldade em traduzir em palavras o que ela sente.
Não é porque somos adultos que sempre sabemos como modular nossos sentimentos. Cá entre nós, nós também temos nossos ataques de birra e de raiva quando nos negamos ao ouvir nossos filhos ou parceiros, quando gritamos ou até mesmo jogamos alguma coisa no chão. Alguém não se enquadra nesse padrão? Que atire a primeira pedra!
O que estou querendo dizer é que nós, enquanto pais, precisamos aprender a tolerar nossas frustrações e a lidar com elas, bem como, ajudar nossos filhos a lidarem com as deles.
Não quero passar a ideia que devemos ser coniventes com os desmandos infantis, mas sim que podemos entender e direcionar a melhor resposta frente a um destempero emocional.
Precisamos praticar a escuta ativa para validar, mergulhar e entender os sentimentos infantis e ensiná-los corretamente como expressarem sua raiva ou descontentamento sem ferir a outrem. Lembre-se, as crianças aprendem observando seus pares e os adultos que as rodeiam.
Os cuidadores são os modelos de como lidar com emoções fortes. Alguns pais quando seus filhos fazem algo errado ou danificam algum objeto costumam gritar, desqualificar a criança ou mesmo bater. Quando o adulto faz isso, ele perde a conexão com a criança e entra num jogo de poder. Seria mais interessante o adulto caminhar até a criança, com gentileza e firmeza, se abaixar ao nível dela, olhar em seus olhos e pedir que ela cesse o comportamento inadequado, em vez de gritar ou usar de castigos físicos.
As crianças aprendem mais sobre raiva, frustração, descontentamento, ira, etc.; observando o adulto quando está bravo, quando ele mesmo identifica esse sentimento e como ele lida com isso tudo. Somos os espelhos para nossos filhos. É claro que seria mais fácil responder a um episódio de raiva com intolerância: bater, xingar, por de castigo, entre outros. Todavia, quando fazemos isso nós pioramos o conflito e quebramos oportunidades de ensinar nossas crianças que existem outras formas de lidar com o problema.
É difícil ensinar uma criança a controlar seu comportamento se você não consegue controlar o seu. Os pequenos aprendem a modelar o comportamento no dia a dia do comportamento dos pais em casa e na sociedade.
Pois bem, como você deve reagir quando seu filho estiver com raiva e muito frustrado? Use palavras apropriadas para a idade de seu filho para nomear as emoções que ele está sentindo, valide os sentimentos e ofereça maneiras apropriadas para seu filho expressar os sentimentos dele.
Não é complicado, porém, exige dedicação, paciência e perseverança. E quem disse que educar amorosamente os filhos não dá trabalho?
Gostaria de entrar em contato by fone!
Alfredo