Os bebês adoram seus pais!
O que será que os pais fazem que acabam por ganhar o coração de seus bebês?
Encontro 1
As mães desde que se percebem grávidas tentam entrar em sintonia com seus bebês por meio do sono e de sintomas gestacionais, mesmo por que até o final do primeiro trimestre a barriga ainda está pequena e o bebezinho ainda não deu sinais de vida. O que nos aproxima do bebê, num primeiro instante, é o nosso estado físico seguido pelo desejo de gerar uma nova vida. Conforme a gestação evolui a mãe percebe a existência de uma vida se desenvolvendo e apresentando sinais de boa comunicação não verbal – o famoso: bebê mexeu!!!!!
Depois que o bebê nasce as coisas mudam. Eles estão sob nosso campo de visão e carinho. Oferecemos nosso leite quentinho, nossos braços macios e acolhedores e de quebra nossa voz que cochicha o tempo todo um som que acalenta e apazigua. É uma linguagem delicada, amorosa e reciproca. A mãe convida o bebê para interagir “tete a tete”.
Em alguns momentos as coisas não vão tão bem como uma melodia lenta e estável. A situação, as vezes imprevisível, entra num turbilhão – num maremoto. Contudo, logo as mães percebem que elas não são o mar, mas sim o barquinho. Retomam o mastro e dirigem a favor do vento.
Mesmo com ondas bravas e a retomada da marolinha, os bebês nos amam e nós os amamos profundamente.
Os bebês podem ainda não sorrir de volta a toda a nossa comunicação adocicada e gentil – o “mamanhês”; mas certamente eles nos amam.
Novamente eu volto ao início de nossa leitura: o que será que os pais fazem que acabam por ganhar o coração de seus bebês?
Hoje vamos abordar a importância da voz, cheiro e face materna.
- Aos olhos do bebê temos voz e cheiro muito especial!
Os bebês reconhecem o cheiro de sua mãe prontamente. Imaginem que a visão do bebê ao nascer é limitada, mas no exato momento que sua mãe começa a lhe dirigir a voz, o bebê reage ao som da mãe buscando seu olhar – é o famoso olho no olho. Quer paixão maior? O bebê familiarizou-se com o som da voz materna desde o útero, bem como de outros familiares que conviveram bem próximos da mamãe. Não obstante, se algum outro cuidador envolve o bebê, mesmo que seja de maneira semelhante a mãe, o bebezinho reage de forma diferente, como se estivesse dizendo: “Não é igual a mamãe”!
E o cheiro materno? O cheiro da mãe tem nuancias do líquido aminiótico e a cada encontro materno, o cheiro da mamãe acalma e aproxima. É o imprint bebê-mamãe.
2- Mamãe está sempre disponível para oferecer o melhor alimento!
O leite que a mãe oferece ao seu bebê representa muito mais que nutrição. Quando o bebê chora de fome, a barriguinha dói, a angustia aumenta e a mãe num passe de mágica aparece com um alimento morno e cheio de carinho. É a mãe periodicamente dizendo ao seu bebê que ele não precisa chorar, pois tudo ficará bem e que ela está ali, para cuidar dele com todo seu amor. O tempo vai passando e o bebê vai aprendendo a lição com muita competência – e as coisas vão ficando mais fáceis para a dupla. Se a mãe (ou cuidador) responde prontamente as demandas do bebê, o pequeno cresce numa zona de segurança e a cada fase seu desenvolvimento emocional e físico é amplamente visível. A cada fase bem sucedida que o bebê avança melhor é sua saúde geral, principalmente sua saúde mental.
3- Os bebês adoram a face materna!
Os recém-nascidos não expressam seus desejos pela linguagem verbal – a linguagem dos pequenos é não verbal, mas mesmo assim, a mãe é capaz de decodificar as necessidades de seu filho em poucos dias e cada vez essa decodificação vai ficando mais aprimorada.
Durante a nutrição do bebê, seus olhinhos estão em constante busca da face materna e se deleitam com o olhar materno e o toque sutil de sua pele. Acredito que durante a mamada os bebês além de beberem o leite ofertado por sua cuidadora, bebem também o rosto de sua mãe e desse encontro amoroso ambos entram em estase.
Mini Curso
Os bebês adoram seus pais!
Encontro 2
O que será que os pais fazem que acabam por ganhar o coração de seus bebês?
No último encontro falamos sobre a importância da voz e do cheiro materno no estabelecimento da conexão mãe-bebê. Introduzimos a importância da alimentação e da interação olho no olho para o vínculo mãe-bebê. Hoje vamos falar sobre o choro, o aconchego e os estímulos para o bebê e sua mãe.
- Quando o bebê chora, algo saiu de seu ritmo interno!
Algo causou desconforto ao bebê! Sua imaturidade não permite ainda que ele busque se auto-confortar. Para tanto, o bebê precisa de sua mãe para aplacar suas ansiedades e angustias impensáveis. O bebê aprende que quando ele chora aparece alguém muito devotada que, brevemente, o ajuda a driblar seu desconforto e a sanar coisas que não estão bem (calor, frio, fome, fralda suja, etc.).
- Movimento: pra lá e pra cá!
O movimento bem como a voz materna são experienciados pelo bebê como algo conhecido e tranquilizante. O bebê permaneceu no útero por 9 meses e nada melhor do que retomar os movimentos tão conhecidos nos braços da mamãe. Que tal dar uma folga para os braços e curtir um “Sling”? Slingar é uma maneira do bebê ficar bem próximo da mamãe, sentir sua pele, curtir o seu cheiro, se acalmar com sua batida do coração e repousar em sua respiração. Quer coisa melhor para acalmar o bebê do que um bom colo?
Lembre-se, colo não vicia – colo apazigua e aumenta as redes neuronais!
- A mãe é um verdadeiro porto seguro!
Passear de carrinho, ir a pracinha, sentir o vento e os mil cheiros é muito estimulante. Sem falar nos diversos ruídos e cheiros. Quanta coisa nova!
Será que com tantos estímulos diferentes e tantas novidades é tão fácil pegar no sono? Para alguns bebês sim para outros não. É preciso que a mamãe ajude o bebê a fazer o ajuste fino. Após um passei fazer a transição para o momento de calmaria.
Como?
Que tal um banho, um alimento morno, um colo ou uma cantata?
Sem falar que os bebes também são radares do humor materno. Moral da história, os bebês precisam de suas mães para relaxarem, se acalmarem e sentirem que tudo está bem.
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Encontro 3
O que será que os pais fazem que acabam por ganhar o coração de seus bebês?
Nos dois encontros anteriores comentamos sobre a importância da mãe manter proximidade, disponibilidade e contato pele a pele com seu bebê. Falamos ainda sobre a capacidade que as mães têm em acolher, apaziguar e estarem disponíveis para seus bebês. Hoje vamos abordar limites, linguagem e segurança.
- Um bebê com limites é um bebê seguro!
Limites protegem o bebê de consequências desastrosas. Nesse aspecto, estou me referindo a segurança infantil. Estou me referindo a situações que podem colocar o bebê em risco: mudanças bruscas de temperatura, roupas inadequadas, segurança e prevenção de acidentes em casa. Conforme o bebê vai crescendo outros dispositivos de prevenção de acidentes são adaptados no lar. Embora, queiramos que nossos bebês sejam verdadeiros exploradores, não podemos esquecer do bom senso.
- Conversa boa é conversa face a face!
Conforme o bebê vai se desenvolvendo o bebê vai estando disponível para conversar e responder aos estímulos a sua volta. Procure conversar com seu bebê e contar tudo que você vai fazer. Sinalize as pequenas coisas, nomeie os objetos, enfatize os sons dos animais e da natureza. Apresente o mundo ao seu bebê com cores e palavras. Aproveite a troca de fraldas para nomear as partes do corpinho do bebê, a hora da comida para falar sobre o nome dos alimentos, brinque e aponte os brinquedos pelo nome e cores e assim vai. Tenho orientado algumas mães a ensinarem algumas palavras por meio de sinais – linguagem dos sinais; do tipo “fome, sede, mais, mamãe, papai, água, leite e outros mais”. Quem se interessar pelo assunto, me contate que eu envio alguns sinais. É bem legal!
Use a hora de dormir para contar historinhas e para tanto, utilize livros com figuras grandes, coloridas, simpáticas e atrativas. A hora do banho também é um bom momento para uma conversa animada.
- O amor é reciproco!
Seu bebê constrói um vínculo seguro com você ou seu cuidador imediato dia após dia. Dessa construção, nasce o amor e o carinho espontâneo. Quanto mais vocês interagem e fazem do momento em que estão juntos único, mais seu bebê vai desenvolvendo confiança no lugar em que vive e progressivamente reverberando para outros espaços: casa dos avós, dos tios, amigos, escolinha e assim por diante. De início mostramos ao bebê um mundo ideal e conforme o bebê vai crescendo e amadurecendo, vamos introduzindo a noção de limites – sempre com gentileza e empatia.
Lembre-se, criar e educar filho é um processo de construção diária – é interação e aprendizado. Na maior parte das vezes as coisas dão certo e quando isso não acontece, precisamos parar, rever os conceitos, rever os descompassos, melhorar e seguir em frente.
Criar e educar não é apenas acompanhar o desenrolar dos dias. Inclui nos aperfeiçoarmos enquanto pais, procurar informação acurada, fazer boas leituras e estarmos abertos para novas abordagens. Abordagens pautadas no respeito e dignidade humana!
Até o próximo Mini Curso!