Quantas vezes nos sentimos inseguras em relação a nossa qualificação como mães ou mesmo pais no sentido amplo da palavra.
Temos que dar conta de todo o “recado” e após uma batalha extenuante contra o tempo, ainda percebermos que faltou alguma coisa ou que poderíamos ter nos doado um pouquinho mais – Acredito que este seja um sentimento de onipotência, característico das mães deste século.
Pensei muito sobre isso durante vários atendimentos com mães e notei que este sentimento, ora de onipotência ora de insuficiência, permeavam as mulheres que de alguma maneira eu estava intervindo (espero que positivamente). Durante as sessões, tomei por hábito fazer os seguintes questionamentos:
Você acredita ter experimentado as seguintes situações nas últimas 4 semanas?
( ) Desejo secretamente ter um lugar ou espaço só meu,
( ) Parece que minha cabeça vai explodir, ao final de um dia de trabalho, quando as crianças me solicitam para brincar de barbie, de carrinho ou outra atividade lúdica,
( ) Minto quanto dedico de tempo as crianças, quando converso sobre o assunto com minhas amigas ou colegas,
( ) Sinto culpa por gostar de trabalhar fora ou de estudar,
( ) Temo a pergunta “O que voce faz o dia inteiro”?,
( ) A ida ao médico ou dentista pode ser um ótimo passeio. É uma oportunidade de eu sair de casa sozinha e sem culpa,
( ) Planejo, um dia, ter controle sobre minha vida,
( ) Ler antes de dormir, quando consigo, é um luxo,
( ) Ir ao shopping sozinha pode ser a melhor coisa do mundo. É um tempo só meu.
Não foi surpresa, a maioria das mulheres apontam pelo menos 5 alternativas e com certa ansiedade durante o questionamento. Isso me fez repensar meus atendimentos e flexibilizar minha postura frente aos meus agendamentos e horários, afinal atender mães é descobrir que o dia pode ser tão elástico quanto uma banda de exercícios para o bíceps.