Para que complicar se existe maneiras simples e eficazes de se conectar com seu filho. Que tal abrir espaço para a Disciplina Positiva?
Tenho percebido a frustração de algumas mães ao se depararem em algum local público com seus filhos e indagarem a si mesmas: “será que só eu experiencio uma bagunça com as crianças ou outras sentem a mesma coisa que eu? ”Vejo crianças tão “boazinhas”!
Como terapeuta familiar há uns bons anos, entendo que nessa hora a melhor coisa a fazer é ser empática e muito cuidadosa nas ponderações, pois de culpa e ataque o mundo já está cheio.
Prefiro manter a conexão com as crianças do que pensar apenas em disciplina pura. Quando mantemos nossa atenção voltada a elas, isso ajuda a melhorar o relacionamento e obter bons êxitos nas estratégias que empregamos.
Não tem como nos conectarmos com as crianças sem dedicar tempo de qualidade a elas. Não basta cinco minutos no café da manhã ou mais cinco minutos antes de dormir. Estar de corpo e alma com as crianças nos exige disposição e “algum” tempo de exclusividade – pais e filhos – mãe e filho ou outra combinação parecida. Por combinação ressalto: conexão, tempo, amor, dedicação e clareza de atitudes e acordos familiares.
Quando algum pai ou mãe me pede orientações gerais para assegurar a conexão com seus filhos, eu costumo pontuar algumas dicas ou considerações que acredito serem úteis para um bom começo e vou dividi-las com vocês. São dicas fundamentadas na disciplina positiva.
- Estamos sempre assoberbados com as tarefas do cotidiano. Não podemos deixar que a vida passe como um rolo compressor sobre nós. Quantas vezes você olhou ao longo do dia para seu filho e realmente se sentiu conectado a ele? Quer melhor conexão que um abraço de urso, um olho no olho e um beijo de surpresa?
- Os filhos não são nossas posses – eles pertencem a eles mesmos. Assim, precisamos ouvir o que passa pela cabeça deles. O que eles sonham, o que eles esperam de nós enquanto pais e seus medos ou receios. Você tem escutado seu filho com atenção?
- Pense em termos de qualidade e não de quantidade. Não estou me referindo a estar grudada ou na presença da criança 24 horas do dia. Por outro lado, estar em casa e não ter tempo para uma conexão valorosa não é funcional. Estar simplesmente é muito diferente de estar conectado. Se você tem dúvida se o tempo que você está dedicando ao seu filho é de qualidade, se faça as seguintes perguntas:
“Eu tenho tido momentos ao longo do dia onde eu estou realmente de corpo e alma com meu filho?” “Nesse momento, verdadeiramente, as coisas lá fora não importam?” “Eu tenho tocado, abraçado, beijado amorosamente com frequência meu filho?
- Ficamos chateados ou decepcionados quando nossos filhos apresentam algum comportamento inadequado. Não podemos esquecer que as crianças são imaturas, e, como tal ainda não sabem lidar com as emoções. A raiva, a frustração ou a tristeza podem disparar o botão vermelho e elas saírem rapidamente do prumo. Assim, precisamos nos lembrar que nós somos os apaziguadores e o modelo para nossos filhos e, na maior parte do tempo, somos nós que temos que fazer o ‘meio de campo”. A próxima vez que seu filho sair do prumo ou apresentar um comportamento inadequado, evite qualquer explosão de violência e busque soluções mais efetivas. Tapas, gritos, safanões não educam, apenas, assustam, humilham e reduz a conexão da criança com seu cuidador.
- Acesse seu poder de compaixão! Somos menos tolerantes com as crianças do que com a maioria dos adultos com os quais convivemos. As crianças ainda estão em processo de desenvolvimento e aprendizado – elas precisam de compaixão muito mais do que de nosso criticismo. A maneira como respondemos ou reagimos frente a um determinado comportamento de nosso filho, pode marca-lo para o resto de sua vida.
- Evite excluir e promova a conexão. Quando seu filho parecer não escutá-lo ou mesmo estar sendo agressivo com outra criança, é o momento que ele mais precisa de você. Nossa tendência é repreender e colocar de castigo. Evite fazer isso – mostre aceitação e no momento certo converse sobre o ocorrido. Do contrário, a mensagem que você estará passando para seu filho é que você só o valida quando ele é “bonzinho”.
- Lembre-se não existe pais perfeitos ou filhos perfeitos. Todos nós erramos porque somos humanos e erros são formas boas de aprendizado.
- Procure enxergar seus filhos como oportunos professores. As crianças são capazes de despertar o melhor e o pior em nós. Nos momentos piores, onde sentimos muita raiva, nossa tendência é partir para o ataque e punir de diversas formas: bater, gritar ou outras formas de castigo. Todavia, em vez de pressionar as crianças para serem nossos ideais, podemos ajustar nossa ansiedade ou expectativas e aprendermos a direcionar nossa atenção aos nossos próprios sentimentos e como lidar com eles da melhor forma possível.
- Somos pais com forte desejo de acertar. Assim, podemos usar nossa experiência como lições. Podemos aprender a ver o mundo através do olhar infantil. Dessa maneira, aprenderemos a ser menos críticos, pessimistas e punitivos.
- Seja mais curioso. Temos a tendência, como adultos, de achar que sabemos tudo o tempo todo. Nosso filho vai nos contar uma história e nós nos antecipamos contando o final (pelo menos em pensamento). O que nós não sabemos é o tamanho que essa história tem para nossas crianças. As crianças sentem a necessidade de serem vista por intermédio de nosso olhar curioso e amoroso. Portanto, pergunte mais sobre os personagens da história, se interesse pelo enredo, ria, se espante, vibre e fantasie junto com seu filho. Seja simplesmente curioso.
Gostou das dicas ou tem sugestões, fique a vontade em se comunicar conosco!