Não é novidade que o contato pele a pele entre os bebês e suas mães (cuidador) reduz o choro e melhora o padrão de sono dos bebês e dessa maneira auxilia no desenvolvimento saudável do pequeno.
Estudos têm mostrado que o contato pele a pele também reduz o estresse de bebês internados em UTI neonatal.
Por outro lado, pesquisas mais recentes também têm demonstrado que o contato pele a pele não reduz tão somente o estresse dos bebês. Estar pertinho, manter contato físico, poder sentir a respiração e a temperatura do bebê também reduz o estresse materno em mães que tiveram bebês prematuros e precisam “deixá-los” sob cuidados especiais na UTI Neo.
Um estudo recente, publicado pela Academia Americana de Pediatria e outros estudos seguindo a mesma linha, mostrou que as mães relataram que se sentiam mais seguras e menos ansiosas quando podiam se conectar com seus bebês “pele com pele”.
O contato com os bebês reduzia nas mães a sensação e o sentimento de não poderem estar fazendo nada por eles, num momento tão delicado para os seus filhos, e que estar pertinho de seus bebês lhes parecia ajudar a reduzir o desconforto ou mesmo a dor causada por intervenções na unidade de terapia intensiva.
Estar perto dos bebês também poderia auxiliar as mães a reduzir sintomas de depressão, ansiedade, melancolia, raiva e impotência frente as necessidades imperativas dos bebês na UTI neonatal.
Assim como os bebês se beneficiam do contato pele a pele com suas mães (estabilização dos batimentos cardíacos, melhora do padrão de oxigenação, ganho de peso e qualidade de sono, redução do padrão de choro, sucesso na introdução do aleitamento materno antes da alta hospitalar, etc.), as mães também se beneficiam do contato com seus bebês, e, isto pode ser mostrado, em termos quantitativos, pela redução da concentração de cortisol no sangue e pelo grau de satisfação dessas mulheres em estar intimamente com seus bebês.
Pensar que o contato pele a pele entre a mãe e seu bebê pode causar tantos benefícios recíprocos, nos faz refletir o motivo dessas díades não serem habitualmente liberadas, nos hospitais, para desfrutarem junto aos seus filhos de tanto amor, carinho e benefícios mútuos de saúde.
E por saúde devemos entender, os parâmetros fisiológicos e de saúde mental. Manter mãe e bebê juntos é também trabalhar com prevenção de danos futuros e de desordens emocionais que podem aparecer num tempo mais adiante.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5114875/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3904539/