Os jovens da atualidade vivem de maneira frenética nas ondas digitais. Tudo tem que ocorrer de maneira rápida, não ser desinteressante e não provocar pausas para acessar aplicativos e respostas de mensagens.
Fica fácil para qualquer bom entendedor que os “homens e mulheres” de amanhã terão dificuldade em esperar, em tolerar frustrações e desenvolverem habilidades, que sustentem uma boa conversa olho no olho, e, que permitam o construir de uma boa relação compartilhada. Tenho ouvido de alguns pais, que eles têm medo do amanhã. Do que o futuro reservará para as relações familiares, as relações de casais, e, de como serão os bebês do futuro.
Tenho vontade de responder: “Eu também!”
Não tenho dúvida, que o mundo não será movido somente por aplicativos ou dispositivos eletrônicos. Sempre teremos Gente pensando, desenvolvendo e operando o mundo virtual. Entretanto, o que me causa um grande desconforto, é saber, que esses jovens ao chegarem na fase adulta terão que se inserir no mercado de trabalho, e, a vida não costuma ser passiva e amável o tempo inteiro.
O mercado cobra um ser integral, capaz de interagir com os outros de maneira hábil e competente, um indivíduo que seja resiliente, inteligente e adaptável frente ao mundo moderno e instigante que vivemos.
Como inserir nossos filhos nesse mundo?
Como preparar nossos filhos para serem bons cidadãos?
Treinando habilidades e disciplinando as crianças com limites claros e definidos, e, mantendo uma dose de amor, carinho, proteção e respeito.
Precisamos instigar em nossos filhos, o desejo de aprender e de buscar suas próprias respostas para um determinado problema. Oferecer a resposta de bandeja induz a criança a pensar, que na vida sempre terá alguém, que resolverá as coisas para ela. A criança não precisa ter resposta para tudo, mas junto com os pais e os professores a “problematização” de um caso, uma situação, dúvida, atividade escolar, etc) pode gerar várias boas respostas. A final não é assim no mundo?
O saber não é mais visto como uma pirâmide invertida: “eu sei você aprende e obedece”. As crianças e adolescentes da era atual interagem com o mundo real e o virtual o tempo todo. Checam informações, indagam os pais, interpelam os professores e debatem entre si as informações coletadas nas diversas mídias.
Os pais podem ajudar os filhos a desenvolverem o senso crítico, que o saber é algo dinâmico e que no mundo várias pessoas podem estar, ao mesmo tempo, questionando a mesma resposta e chegando a respostas diferentes, sem necessariamente haver somente uma verdade. Com exceção aos valores éticos e morais instituídos por uma sociedade. Novos saberes são sempre bem vindos.
O mundo não trabalha na forma aritmética clara e objetiva e nem sempre as coisas são do tipo 2 + 2= 4. Portanto, abrir espaço para a criatividade, é fundamental para a existência de nossos filhos no mundo rápido e dinâmico que vivemos. Quando a criança brinca, ouve histórias, interage em casa e em sala de aula com seus pares, ela está desenvolvendo as múltiplas inteligências e dando espaço para que suas potencialidades desabrochem.
O ser humano é plástico, está sempre se reinventando! Deixar o jovem sair de sua zona de conforto é uma forma de sair da “forma” e atingir maleabilidade para desfrutar de um mundo competitivo.
Estimular os filhos a se comunicarem é uma ferramenta fundamental para o adulto de amanhã. E por comunicação entenda a língua materna, língua estrangeira, a linguagem digital e outras que despontam rapidamente no contexto atual.
Todavia, de nada adiantará se nossos filhos não forem humanos! As crianças precisam, desde pequenos, desenvolverem a capacidade de planejar, organizar, executar e manter a atenção e memória no que fazem. Essas funções para se desenvolverem precisam de um mediador, uma pessoa, que desde o início da vida os ensinem a esperar, a controlar e modular suas emoções e tolerar frustrações.
Nossos filhos precisam de pais!!