O que fazer quando seu filho fere o seu código moral? Qual seria a melhor atitude?
Tenho falado muito sobre a importância do Equilíbrio Emocional dos pais e das crianças em meu IGTV e o quanto esse equilíbrio mútuo influencia no desenvolvimento de um cérebro positivo (se você quiser assistir aos vídeos é só entrar no Instagram @terapeutadebebes / vídeos IGTV).
Como pais amorosos e preocupados com a educação e disciplina de nossos filhos, muitas vezes nos sentimos cansados e irritados. Somos humanos! Quando isso acontece, uma volta no quarteirão, respirar fundo, contar até dez ou outra manobra relaxante pode ajudar.
Nesses momentos mais difíceis é comum que um comportamento das crianças mais inflamado, que fere nosso “brasão familiar” nos tire do prumo e algo mais intenso que a “pura” imposição de limites pode ser necessário. Precisamos falar claramente sobre como nos sentimos com o ocorrido (comportamento inadequado) e manifestar nossa indignação sem agressividade e desrespeito pela criança, porém, com assertividade e com reforço dos valores familiares.
Vou comentar um exemplo com vocês. Há algum tempo atrás atendi um menino de 14 anos que estava “cabulando” as aulas de inglês e nesse período os pais estavam se separando. Os pais do garoto souberam do ocorrido por meio de um bilhete escolar e ficaram em dúvida se deviam ou não falar sobre o assunto com o adolescente, pois, não queriam magoá-lo.
A orientação foi: “Converse com o seu filho sobre a separação do casal e reforce a permanência do amor – isso é indissolúvel! Depois reassegure que a mentira ou a omissão de um fato não será tolerado por vocês, pois a confiança é construída por meio do respeito mútuo”!
Reagir com empatia é uma coisa, passar por cima de um mau comportamento é outra. Os filhos precisam compreender que existem coisas que os pais não toleram e não admitem em seu código moral e que mentir, omitir, roubar, destruir algo e desrespeitar outro Ser são algumas delas.
Não é errado mostrar aos nossos filhos nosso descontentamento quando ficamos bravos com algo que nos machucou ou que nos indignou. O importante é num segundo momento, depois que o “fogo” apagou, conversar sobre o ocorrido, escutar e compreender os sentimentos que motivaram a atitude inadequada, buscar maneiras de reparar o erro, pedir desculpas e trabalhar a favor da resolução de problemas em conjunto.
Quando os filhos se sentem positivamente conectados aos pais, mesmo após um incidente tido como grave, eles tendem a recuar, procuram dar o seu melhor e a reconhecem que “pisaram na bola” e isso já é um bom indicativo.
A boa conexão entre pais e filhos favorece o arrependimento por parte dos adolescentes e os ajudam a retomar a proximidade com os pais e a confiabilidade, reduzindo os comportamentos que podem ferir ou destruir os códigos familiares.