Seus filhos não precisam se sentir mal para fazerem o seu melhor. Os pais possuem a falsa crença de que após uma punição seus filhos vão agir muito mais e melhor!
Imagine você ter efetuado um relatório para o seu chefe e ao entregar o material ele começasse a desdenhar de seu trabalho na frente de seus colegas e ainda por cima lhe chamar de incompetente, gritar, esbravejar e outras qualificações pejorativas!
Como você se sentiria?
Para onde iria sua autoestima?
O que você pensaria a respeito?
Qual atitude você tomaria? Não é infrequente os pais punirem seus filhos e coloca-los de castigo quando as crianças cometem um erro. Os pais acreditam que precisam fazer com que eles se sintam mal para depois os filhos fazerem o correto – e por mal entenda: bater, gritar, xingar, dar sermão, colocar de castigo, etc.
Os pais não percebem que os erros são formas maravilhosas de aprendizado e que não é fazendo a criança se sentir humilhada que ela fará o certo depois. Pais treinadores não agem dessa maneira. Pais aproveitam o “erro” para educarem e disciplinarem com competência as crianças.
Certa vez, atendi um casal com um filho de 5 anos que estava dando muitos problemas de comportamento na escola. A mãe relatou que usualmente a professora escrevia na agenda que a criança estava empurrando os coleguinhas na hora do lanche, batia sem motivo aparente e do “nada” ficava de mau humor e chorava. A professora tentava acolher o garotinho, mas ele não se abria.
Durante uma sessão lúdica familiar, percebi que nos jogos de tabuleiro, o pai costumava caçoar do filho quando ele perdia a rodada, o chamava de incompetente e maricas. Que o jogo era tão fácil que até a mãe ganhava dele. Pois bem, esse pai era crítico, exigente, punitivo, inflexível e pior ainda, desqualificava o feminino na figura da mãe. Como se ser mulher já configurasse ser burra! A mãe do menininho apenas oferecia um sorriso de Mona Lisa del Giocondo!
As crianças tratadas de maneira desrespeitosa e desmerecedora por seus progenitores, costumam exibir alteração de comportamento fora de casa, tento em vista que dentro de casa elas têm que ser contidas para o pai ou pais não explodirem e puni-las de alguma maneira. Em adição, podem ser mais retraídas, terem poucas amizades sinceras e bons resultados acadêmicos. O cérebro delas está no modo “negativo”, ou seja, no modo “luta, fuga ou finja-se de morto”. Em boas palavras, o cérebro está no modo sobrevivência!
No outro lado da ponte temos os pais que “apostam em suas fichas” e se sentem muito confiantes da relação que estabelecem com seus filhos e tentam corrigir o comportamento de seus filhos o tempo todo e não dão espaço para a criança também aprender com os erros, intervindo com frequência e adoram colocar apelidos nos filhos: Pedro é o bonzinho da turma; Bruna é a sonsa da família, Helen é a maria vai com as outras, Antonio é o valentão, Felipe é o mijão, Ana é a inteligentona.
Qualquer forma de apelido pode soar jocoso a criança e abalar a autoestima e o “bordão” virar profecia!
Por outro lado, pais que oferecem oportunidade de crescimento aos filhos, que encaram os erros como forma de aprendizado e estão em contato com o que os filhos sentem e pensam são mais abertos ao crescimento dos pequenos.
Para resumir o texto de hoje: pais treinadores de seus filhos evitem o criticismo, o sarcasmo, o menosprezo, os apelidos jocosos e nunca ridicularizem seus filhos na frente de outrem. Essas atitudes causam efeitos devastadores no cérebro e na mente das crianças com repercussão para a vida toda.
Deixe seus filhos cometerem erros!
Deixe seus filhos entenderem o erro como forma de aprendizado e como podem repará-lo!
Especifique onde seu filho errou (ação) com gentileza e o ajude a reparar o erro com firmeza e responsabilidade.
Os pais são os exemplos para os filhos e os filhos acreditam nos pais. Se os pais desqualificam os filhos, os filhos tendem a acreditar que não têm valor e que a confiança em seus pais está abalada. Sem confiança as crianças perdem a intimidade com os progenitores e a resolução de problemas vai por água a baixo.
Em vez de dizer: “Deixe de ser mal-educado e mexedor menino teimoso”!
Diga: “O móvel da titia é para colocar enfeite e vamos brincar lá fora com seu carrinho”!
