Crianças são espontâneas, alegres e cheias de vida, mas também podem ter seus momentos de birra, teimosia, truculência e serem desafiadoras além da conta. A birra é uma fase normal, pela qual passam a maioria das crianças entre os 18 meses e 3 anos de idade – faz parte do amadurecimento dos pequenos. Começa quando elas descobrem que têm o poder de se negar a responder às solicitações de outras pessoas, não importa se para vestir-se ou despir-se, tomar um banho ou sair da banheira, deitar-se ou levantar-se da cama. E por aí vai!
Não é por que é esperado que é fácil lidar com as crianças a beira de um ataque de “não sei o que fazer com minhas emoções”!
Como lidar com uma criança nesta fase?
Não quero passar uma receita de bolo, apenas algumas dicas que podem favorecer o dia a dia dos pais. Vamos lá:
- A birra pode ser traduzida por estes tipos de frases infantis: “Tenho que fazer isto?” ou “Você está falando sério”? Nem sempre estas frases têm um significado desrespeitoso – elas apenas traduzem uma fase de experimentação e autoreferência da criança. É como se elas estivessem nos perguntando: “Até onde posso ir?” “Quais são meus limites?” “Quais regras não posso quebrar?”, entre outras.
- Não castigue seu filho por ele dizer “não”. Reprove seu filho pelo que ele faz e não pelo que ele fala. Não leve as negativas das crianças tão a serio. Às vezes, vale a pena ignorá-las (”nãos”) . Prolongar discussões sobre os “Não” pode reforçar o comportamento dos pequenos.
- Evite responder aos pedidos de seu filho com um número excessivo de negativas. Quando seu filho lhe pede algo e você não está segura quanto ao pedido, adie a decisão e responda: “Vou pensar”. Se vai conceder o pedido, faça-o imediatamente, antes que seu filho comece a resmungar ou suplicar. Quando for necessário dizer “não” diga a ele que lamenta e dê um motivo.
- Não dê a seu filho uma opção quando não houver nenhuma opção. As regras de segurança não estão sujeitas a discussão (dar a mão para atravessar a rua, usar a cadeirinha e cinto de segurança no carro, etc.), bem como dormir no horário estipulado durante a semana, escovar os dentes, ir para a escola, entre outros. Não faça uma pergunta quando só existe uma resposta aceitável, mas guie seu filho de forma tão amável quanto possível (por exemplo, “Sinto muito, mas agora é hora de dormir”). Não atinja seus objetivos por meio de ameaças!
- Dê a seu filho outras opções. Esta é a melhor maneira de fazer com que seu filho sinta que tem mais liberdade e controle, e isto, por sua vez, fará com que ele esteja mais disposto a cooperar. Por exemplo: dê algumas sugestões de roupa para passear, coloque algumas frutas na fruteira e deixe a criança se servir, ofereça opção de tomar banho – antes ou após o jantar, ou outras que você imaginar que facilitará seu cotidiano. Crianças adoram sentir que seus pais ou cuidadores admiram seu poder de escolha e se sentem valorizados quando são ouvidos.
- Proporcione tempo de transição para a mudança de atividades. Se seu filho estiver se divertindo e deve mudar para outra atividade, provavelmente será necessário tempo de transição. Por exemplo, se seu filho está brincando com os carrinhos, os jogos de montar ou foleando um livrinho de histórias quando está quase na hora do jantar, avise-o 5 minutos antes. Algumas vezes, um relógio de cozinha é útil para que uma criança aceite a alteração.
Procure ajuda especializada quando você e/ou seu cônjuge: não puderem aceitar a necessidade que seu filho tem de dizer “não”, se você e/ou seu cônjuge tiverem dificuldade para controlar suas irritações e se seu filho tiver vários outros problemas de disciplina.