Trair é uma questão de oportunidade?
Alguns acham que sim, outros acham que não. E você?
Bem, deixemos a divagação de lado e vamos ao assunto.
Recuperar-se de uma traição é um grande problema, independente de como ela ocorreu. Tenho visto em redes sociais, que trair é uma decisão consciente de desfrutar do desejo e do prazer a qualquer custo (talvez não exatamente com essas palavras).
Alguns casamentos vão se recuperar da traição; outros, por mais que os casais se empenhem, não vão dar mais liga. Emocionalmente o perdão não é atingido, ou, um dos parceiros se torna inábil em romper com seu caso extra-conjugal.
A ferida da traição desperta sensações nunca sentidas, como a dor emocional, a surpresa pelo inesperado, perceber que a pessoa escolhida para ser o parceiro eterno não é mais a mesma pessoa, e, que o casamento dos sonhos virou pesadelo.
Os traídos perdem o sono, revolvem o passado, acham que nunca mais terão um novo relacionamento amoroso satisfatório, perdem a autoestima e a auto-referência, entre outras. O traidor, após a descoberta da traição, pode oscilar entre a culpa e o alivio, sentimentos que, provavelmente, serão superados com o tempo, mas e o traído?
Reparar uma traição não é nada fácil, pois, envolve a perda da confiança, da reciprocidade, da visão de si mesmo e de encontrar ferramentas funcionais para superar o trauma. Reativar a relação fingindo que nada aconteceu é como reparar o braço quebrado com a ajuda de uma garrafa pet de dois litros.
Quando o casal não é trabalhado em processo terapêutico, o fantasma do “será que meu parceiro será confiável” estará sempre pairando no ar, afinal quem trai uma vez pode trair de novo, é ou não é?
O cônjuge pode ser visto como um parceiro nada confiável, e, o famoso chavão pode vir à tona: “a carne é fraca”!!!!!!
Para tentar reaproximar os parceiros, cada um deve tentar identificar as características positivas, que um atraiu e foi atraído pelo outro: Maria era muito alegre e carinhosa; João era responsável e honesto; etc. Após identificarem o que atraiu um ao outro, ambos devem falar sobre as características ressaltadas, e, que sentimentos, ou, emoções foram despertados durante a conversa.
Quem sabe, retornar na memória os pontos positivos do parceiro, pode ser uma porta de entrada, para incitar a disposição em reatar o casamento e traçar algumas metas possíveis de entrosamento e amorosidade.
O importante é buscar ferramentas para evitar que o casamento fique só no papel. Secundário a isso, é mister, que os parceiros busquem interesses em comum, e, que gostem de fazer isso juntos. Em paralelo, procure descobrir particularmente seus interesses e hobbies. Essa atitude busca não só aproximar o casal, como também oxigenar os interesses pessoais, diluindo os ranços, as mágoas e a solidão matrimonial.