Quem nunca sofreu por amor, que atire a primeira pedra. Nem todo mundo teve a oportunidade de casar com sua cara metade e ser feliz para todo o sempre.
Pois é, entre o ser feliz e descobrir a infelicidade, pode aparecer uma gama de situações, como a infidelidade, a traição, a escassez do amor e a perda da confiança.
Algumas pessoas reagem “curtindo” a tristeza do fim de uma relação até finalizar o luto, e, outras não se conformam com a interrupção da relação e partem para o ataque – A terrível e tenebrosa vingança.
Existem indivíduos que acreditam que foram verdadeiramente lesados e como tal possuem o direito de ir à forra de punir quem o ofendeu, ou seja, de se vingar.
As represálias que mais me deparo em consultório é a quebra de um amor não correspondido, uma amizade desatada, ou, até uma traição familiar. Nesse momento presencio o transbordar de sentimentos pouco honrosos, a raiva e o ódio! Um verdadeiro descontrole emocional.
A raiva e o ódio são capazes de cegar qualquer razão. É como se o cérebro e a mente da pessoa rancorosa estivessem embebidos de uma doença punitiva e com doses acentuadas de crueldade. O pensar da lugar para a irracionalidade, a parte humana se sucumbe em prol do irracional.
A pessoa vingativa se torna refém de si própria, embora ela pense que está com a faca e o queijo nas mãos. Sua vida passa a ser comandada pelo desejo de vingança e retaliação.
A vingança não surge do nada. Ela, às vezes, está ali, no escurinho da mente, aguardando a oportunidade certa para ser desmascarada. Basta um gatilho e ela aparece!
O gatilho costuma ser o sentimento de ter sido injustiçado ou humilhado por alguém importante em sua vida. Pode ser um amigo, um professor, um parceiro, um amigo, um chefe, um irmão, ou outra pessoa com vinculo significativo para a pessoa vingativa.
Uma pessoa que se sente traída ou trocada por outro, pode ter seus sentimentos mais primitivos ativados, e, responder a traição com muito ódio e um forte desejo de retaliação. O outro precisa ser punido pelo mal que causou. É o famoso toma cá dá lá!
De início os pensamentos vingativos até aliviam a raiva e o ódio, mas depois vem o inconformismo: por que ele fez isso justo comigo? É injusto, inaceitável!
Muito melhor do que planejar uma vingança é “curtir” por um pequeno tempo o luto da perda, que pode ser de um amor, de uma amizade, de um trabalho, etc.. Depois?
Depois bola para frente!
Resgatar a autoestima, realizar algo que estava adormecido e que não era feito por falta de oportunidade, refletir sobre o ocorrido e aprender com a lição, lembrar que a mágoa só corrói quem a sente, que apesar de tudo os afetos positivos ainda valem muito a pena, e, que o mundo é feito de pessoas de todo o tipo, mas quem escolhe conviver com os dignos somos nós mesmos.