A disputa entre irmãos é comum e esperada, tanto pela atenção dos adultos, como por brinquedos, ou, pela satisfação dos próprios desejos. É compartilhando da experiência e vivência de termos irmãos, que aprendemos que o mundo não gira, somente para o nosso lado, que dividir a presença dos pais, a atenção de familiares, de brinquedos, é a coisa mais normal do mundo.
Nessa oportunidade de aprendizagem, a criança entra em contato com afetos diversos, e, ao mesmo tempo, ensaia como vai ser a “concorrência” no mundo lá fora, conforme vão crescendo e se desenvolvendo em todos os sentidos (físico, emocional, mental).
Contudo, nem sempre as coisas saem como, nós pais, gostaríamos, e, a briga começa a correr solta dentro de casa.
O que podemos fazer nessa hora?
PARA PREVENIR
* As ações ensinam mais do que as palavras, então, dê o exemplo. A maneira como os pais lidam com os conflitos em casa, no trabalho, ou, no trânsito, servirá de modelo aos filhos.
* É muito importante reforçar, valorizar, elogiar, os momentos em que há paz e acordo. Mas não se engane com a ausência de brigas. Ela pode significar que uma das partes está insegura e acuada.
* As disputas são uma excelente oportunidade de trabalhar com as crianças, valores de justiça e de moral. Aliás, pode ser mais fácil entender esses conceitos, a partir de uma briga do que em momentos mais pacíficos.
NA HORA DA BRIGA
* Em situações simples, como pequenas discussões, procure não interferir, observando os argumentos, e o modo de expressar o pensamento de cada um dos filhos. Permita, que eles tentem resolver às questões sozinhos.
* Promova autonomia, mas não fique alheio ao embate. É preciso monitorar, mesmo que a distância.
* Caso julgue, que é necessário interferir, tente provocar uma reflexão, questionando o motivo inicial, expondo à razão de ambas as partes.
* Se a diferença de idade ou de tamanho for grande, fique atento aos excessos por parte do mais velho, ou, ao protecionismo pelo menor.
* Senso de justiça não é sinônimo de igualdade. Cada criança tem características, ritmos e necessidades próprias, e, os pais devem agir de acordo com elas.
* Não há nada de errado em tomar partido, quando entender, que um dos filhos está errado. Mas isso deve ser feito com base em princípios claros, justos e compartilhados com todos os envolvidos.
QUANDO ELES PASSAM DOS LIMITES
* As crianças têm uma limitação no controle da frustração, por isso, partir para a violência física não é anormal. Interfira imediatamente, sem agredir ninguém, claro. É necessário explicar veementemente que não serão aceitas trocas de agressões.
* Atue como um juiz: ouça todos os lados, e avalie a melhor forma de resolver o conflito.
* De acordo com a gravidade do atrito, talvez funcione privá-los de alguma atividade de lazer. Ou, ainda, quando os ânimos acalmarem, colocar as partes envolvidas na briga para conversarem, reconhecerem o erro, e, se comprometerem a rever sua conduta.