Os estudos recentes têm demonstrado que quando a mãe ou cuidador mantém o contato olho no olho com o bebê, ocorre uma sincronia nas ondas cerebrais mútua.
Quando os pais e os bebês interagem de maneira espontânea e próxima, ocorre um sincronismo no organismo da díade (bebê – mamãe).
As ondas cerebrais refletem um “grupo” de milhões de neurônios que estão relacionados com a ativação de diversas regiões do cérebro relacionadas a interação humana.
Estudos de neurocomunicação tem mostrado que quando duas pessoas estão conversando e ambas estão em sintonia, as ondas cerebrais entram em sincronismo.
Pesquisadores da Universidade de Cambridge – Baby Laboratory, exploraram a possibilidade dos bebês e de seu cuidador entrarem em sincronia e se a razão dessa sincronia seria o contato olho no olho.
O estudo foi mediado por leitura simultânea das ondas cerebrais do bebê e de sua mãe (eletroencefalografia) enquanto eles interagiam olho no olho por meio de cantigas infantis.
Quando o adulto estimula o bebê a prestar atenção em sua face, o bebê e o cuidador tendem a manter contato visual e desse contato, ocorre uma estimulação contínua para a manutenção do olhar. A manutenção do olho no olho sincroniza as ondas cerebrais pelo interesse mútuo ou pela intenção de manter a comunicação e a conexão.
Se o adulto matem o contato visual com o bebê, o pequeno tende a fazer mais “vocalizações” para chamar a atenção do cuidador, e, dessa maneira manter a atenção mútua e o tempo de entrosamento (sincronismo).
Portanto, quando o adulto e o bebê estão se olhando, eles estão sinalizando sua “disposição” – intenção para estabelecer a comunicação e por meio dessa sintonia ocorre a sincronia das ondas cerebrais. Seriam formas de preparar os pais e/ou cuidador para estabelecer a comunicação com o bebê e por conseguinte o aprendizado da linguagem.
Nesse vai e vem de formas sincronizadas de interação ocorre uma preparação para o aprendizado efetivo da linguagem em seus múltiplos aspectos.
Como se estabelece essa sincronia com as ondas cerebrais mãe-filho ainda é incerta e os autores da pesquisa afirmam que essa sincronia não tem nada a ver com telepatia.
O estudo está traçando outras hipóteses: além do olho no olho, talvez a vocalização também possa ter a mesma ação da interação do olhar.
O que importa nesse estudo é que os pais quando interagem com seus filhos precisam estar disponíveis para olhar para a face do bebê, explorar seu olhos com atenção e carinho e sempre que possível, olhar nos olhos do bebê e manter uma linguagem verbal acolhedora, sonora e atrativa para o pequenino.
Provavelmente quando a díade entra em sintonia, áreas cerebrais relacionadas as emoções, aos sentimentos e as funções executivas são ativadas, facilitando a interação humana, o aprendizado e a modelagem do comportamento.
Em resumo, por sincronia e ativação de áreas cerebrais mútuas podemos entender como amorosidade, carinho, cuidado, atenção, apego entre o cuidador e seu bebê.