As crianças de cerca de dois e três anos são muito espertas, ativas e inteligentes, elas estão descobrindo o mundo ao seu redor, e também, que são pessoas com certo grau de autonomia e independência em relação aos seus cuidadores.
Elas falam, andam, sobem, descem, se alimentam sozinhas e brincam com desenvoltura de diversas maneiras.
Com essas características elas estão se despedindo da total dependência de seus pais e no caminho da independência relativa. Embora as crianças tenham certa “autonomia”, elas ainda são imaturas para controlar seus sentimentos e emoções.
Resumo da história: elas precisam de seus pais para ajudá-las a modular suas emoções, contemporizar suas querências e a entender a firmeza de um NÃO.
Como pais amorosos e responsáveis, temos o dever de ajudar nossos filhos a lidar com as emoções fortes. Não é uma tarefa fácil, porém, vale a pena o investimento. As crianças pequenas apresentam dificuldades em lidar com o sentimento de perda, raiva, vergonha, culpa, ira, dentre outros. Por outro lado, as crianças mais velhas oscilam a expressão de emoções de situação para situação, indo do 8 ao 80 em fração de segundos. Por exemplo, se alegram muito com um carrinho novo, contudo, podem jogá-lo ao chão se perceberem que a rodinha não está girando, são capazes de dizer, em alto e bom som, que não o querem mais.
Se as coisas funcionam assim, de maneira previsível dentro do mundo infantil, é papel dos pais e cuidadores auxiliarem os pequenos a lidar com suas emoções. De início parece tudo muito simples. O problema surge, quando as crianças começam a desafiar o adulto para satisfazer seus desejos. Elas podem partir de uma crise histérica (chorar, gritar, esperniar, se jogar ao chão, arremessar objetos, etc) até virar o jogo e pedir a ajuda do adulto para corrigir um erro ou um engano.
Entre o isso e o aquilo, existe uma longa distância, e é ai que os pais amorosos e responsáveis entram em ação. Eles ajudam seus filhos a modular o autocontrole e estimulam o desenvolvimento da inteligência emocional. É um árduo trabalho que exige atenção, competência, dedicação e amorosidade dos pais.
Como lidar com o comportamento desafiador das crianças?
A criança costuma ser desafiadora quando ela não maneja satisfatóriamente seus sentimentos, ou, não obtém suas necessidades atendidas. A maioria dos comportamentos desafiadores dos pequerruchos costuma ocorrer na fase préescolar, e, para tanto algumas sugestões quero deixar nesse artigo.
O hábito da leitura ajuda muito as crianças. Ler para os pequenos não só ajuda a ampliar o linguajar, o vocabulário, a noção de causa e efeito, a introdução de valores éticos e morais, mas também propicia, por meio da vivencia dos personagens, um pano de fundo para as crianças expressarem seus sentimentos, prever ou traçar hipóteses para o desfecho da história, e colocar-se no lugar do outro, ou seja, a famosa empatia. A leitura na companhia dos pais promove um ritmo interessante na relação devolvendo na dupla de leitores calmaria e estreitamento do vínculo afetivo.
Ensinar as crianças a lidar com a raiva e a frustração é outro ponto importante dentro do rol das emoções. As crianças pequenas têm muita dificuldade em lidar com elas – elas vivem sob o princípio do prazer. Assim, quando seu pequeno estiver enfurecido, com muita raiva, tristeza ou frustrado, nunca negue seus sentimentos. Apenas revalide-os e tente mudar o foco da questão. Essa simples atitude ensina a criança, que existe outra alternativa para expressar os sentimentos sem ferir, machucar ou maltratar o outro.
Mostre que esperar a vez faz parte do cotidiano de qualquer pessoa e para isso você pode usar exemplos simples: você pode dizer ao seu filho “brinque por mais cinco minutos e depois vamos para o banho”. Torne o “tempo” concreto por meio dos ponteiros do relógio ou mesmo de um timer lúdico.
Permita que seu filho demonstre o querer e a fazer suas escolhas. Para tanto, ofereça opções determinadas: duas ou três peças de roupas, duas opções de alimentos, etc. Isso ajuda a criança a desenvolver o seu poder de escolha, autonomia, confiança, competência e responsabilidade por suas decisões.
Ajude seu filho a desenvolver habilidades para o autocontrole. Jogos de tabuleiro, pular corda, esconde-esconde e outras atividades atraentes aos olhos da criança, auxiliam o pequeno a aprender a esperar por sua vez.
Desde pequenino é importante que as crianças desenvolvam o senso de cooperação, do diálogo em conexão com seus pais, e ter a consistência de suas atitudes.