As crianças são vivas, espertas, dinâmicas e inquietas para descobrirem tudo que existe no mundo. São curiosas por natureza.
Tudo isso é muito interessante e esperado. O problema é quando a criança não sabe como lidar com a impulsividade e a frustração. Algumas são menos inquietas, outras são mais ativas. Não existe uma criança igualzinha à outra. Cada um é cada um! Todavia, existem crianças que quando contrariadas jogam brinquedos no chão, batem nos coleguinhas, levantam a mão ou as pernas para os pais, respondem de maneira grosseira, rolam no chão e choram copiosamente, e, ainda podem se transformar em uma verdadeira usina de energia, tipo Itaipu!
O que será que acontece com elas?
Por que será que elas são tão impulsivas e reativas?
A maioria dos trabalhos acadêmicos mostra que a criança agressiva ou desmedida apenas demonstra, que ela “destempera” e não sabe lidar com seus sentimentos mais avassaladores de raiva, medo, tristeza, impotência, frustração, entre outros. Seu comportamento pode denunciar que algo não anda bem em seu mundo. Pode ser que seus pais não estejam se entendendo bem, que um irmãozinho está para chegar, que houve necessidade de mudar de escola e os amiguinhos antigos ficaram para trás ou até mesmo que ele está sendo vitima de abuso ou maus tratos. O assunto é mesmo complexo.
Bem, independente da causa, a criança precisa ser vista, acolhida e acompanhada, frisando que bater, morder, arremessar coisas e “cutucar” os outros não é um comportamento aceitável. Que é muito louvável beijar, abraçar, conversar, brincar e pedir com educação quando se quer algo. O “por favor” agente aprende de berço, bem como, o obrigada.
Nesta matéria estou enfocando apenas as crianças que apresentam um mau comportamento por falta de limites e educação. As crianças com alto grau de agressividade e de longa data devem ser vistas e avaliadas por profissional especializado.
Bem, mas será que existe uma luz no fim do túnel? Será que há como prevenir as crises de agressividade infantil?
Procuro ver o lado positivo das coisas e tenho observado, com as famílias que atendo, que “ajustes finos” colaboram muito para reduzir a agressividade e gerar com competência comportamentos mais adaptativos. Não sou a favor de esquemas, mas acho que neste caso vale a pena considerar alguns pontos:
1- Observe com quem seu filho está brincando: a interação entre as crianças mostram muito do comportamento, da personalidade e da integração;
2- Não cobre aquilo que você não faz: não seja o modelo de comportamento agressivo – evite gritar, ser desrespeitoso com as pessoas, cuide de seus objetos com carinho;
3- Explique por que brigar, bater, morder as crianças ou as pessoas é inadmissível e que isso causa dor e sofrimento ao outro
Procure ajudar seu filho a desenvolver a inteligência emocional e com isso evitar a agressividade.
Como?
1- Mostre ao seu filho outras formas de lidar com a frustração: em vez de bater ou agir de forma agressiva. Diga para ele que pedir ajuda é uma maneira saudável de lidar com o conflito, ou até mesmo, sair de perto das crianças que estão provocando-o. Ajudar a criança a entender as emoções que ela está sentindo e entende-las na presença de um adulto continente é muito bom;
2- Elogie as coisas boas que seu filho faz: quando ele estiver brincando sem ser agressivo, diga que você aprecia o bom convívio, que é bacana dividir e “multiplicar” os brinquedos e tratar os outros com respeito;
3- Quando você notar um comportamento inadequado ou agressivo de seu filho não deixe passar em branco ou para falar depois. Pontue na hora e ajude-o a lidar com a situação acolhendo-o e sugerindo um comportamento alternativo;
4- Não rumine o mau comportamento: se você conversou com seu filho e tudo foi resolvido, bola para frente e nada de ficar relembrando a toda hora o que ele fez ou deixou de fazer;
5- Não cobre calma de seu filho quando na verdade você está destemperada e violenta;
6- Evite perder as estribeiras quando seu filho tiver um mau comportamento: agressão é que nem vírus, passa!