Crianças reguladas emocionalmente são mais felizes e saudáveis. Felizes por estarem de bem com a vida e saudáveis por terem uma vida mais plena!
Quanto mais os pais se preocupam em se auto conhecerem e identificarem suas próprias emoções, mais claro e tranquilo fica o aprendizado das crianças quanto ao reconhecimento de suas emoções. É um treino constante que vale a pena, pois, estamos falando em qualidade de vida no presente e no futuro.
Estudiosos das relações humanas têm descoberto que crianças que possuem preparo emocional são física e emocionalmente mais saudáveis, apresentam melhor desempenho escolar, fazem mais amizades, têm menos problemas disciplinares na escola e a pratica de violência é muito restrita. Essas crianças aprenderam a interpretar suas emoções e a extraírem o melhor delas – aprenderam a ser mais (maleáveis) resilientes.
Não estou falando que estas crianças são santas e que seus comportamentos são sempre perfeitos. Pelo contrário, elas também ficam tristes, nervosas, irritadas, assustadas em situações ameaçadoras, mas apresentam uma capacidade elevada para se acalmar e conseguir sair de situações angustiantes ou ansiogênicas. Estão mais disponíveis para “dar a volta por cima e partir para a outra”.
Se pudéssemos dar um nome para todas essas capacidades da criança, poderíamos nomeá-las de Inteligência emocional.
Os pais que desde a tenra idade treinam seus filhos para lidarem com as emoções, conseguem protege-los também das crises familiares, até mesmo de uma separação (divorcio). É claro que elas sofrem com os períodos conflitantes dos pais. Porém, elas lidam melhor com a problemática – como dissemos anteriormente, elas são mais maleáveis!
Numa sociedade ainda com traços machistas como a nossa, algumas famílias acreditam que a educação emocional deve ser atribuída a mãe (que é mais sensível e achegada aos filhos) e os assuntos mais “concretos” do lar ao pai. Todavia, as pesquisas têm demonstrado que a orientação emocional paterna faz toda a diferença dentro da família, contribuindo para o bem-estar das crianças (físico e emocional).
Quando os pais tomam uma postura distante e mais “patriarcal” (rude, punitivo, critico, etc.), os filhos podem apresentar maior propensão para a desregulação emocional, baixa tolerância a frustração, timidez excessiva, comprometimento escolar, baixa empatia, problemas comportamentais na escola e em ambientes sociais, entre outros.
Muitos pais me questionam quando eu pergunto a eles o que eles desejam para os seus filhos no futuro: autonomia e responsabilidade ou submissão e amedrontamento?
Eu sei que ajudar os filhos, como treinadores emocionais (coaches) não é uma tarefa fácil. Percebo que é um processo árduo, onde temos que primeiro nos (re) conhecer com indivíduo para depois ajudarmos nossos filhos.
Sermos pais treinadores emocionais é enfocar a disciplina, porém de uma forma gentil e firme. Quando for necessário ser gentil com a criança seremos e quando for necessário ser firmes seremos. Firmeza é bem diferente de violento, abusador emocional, punitivo e crítico.
Os pais coach emocionais, não têm receio de impor limites na hora certa, identificam quando o filho pode dar mais de si e não se acanham em dizer isso. Eles sabem que falar sinceramente com as crianças não vai abalar a intimidade que eles construíram.
Ser pais treinadores emocionais exige empenho, dedicação, boas leituras, paciência, paciência, paciência e muita paciência. É uma proposta de uma construção bem desenvolvida e planejada, com bases e fundação solidas.
O que você prefere construir junto ao seu filho: uma casa térrea sem um bom preparo de solo, porém bem em conta ou uma moradia com estudo de solo, planejamento de construção e paredes bem edificadas?
Pense e reflita sobre a sua escolha, seu filho é sua responsabilidade, inclusive a contribuição que ele deixará para o mundo em que ele vive.
Voce terá parte nisso!