Deixar a criança pequena, pela primeira vez, aos cuidados de um cuidador pode ser uma experiência dolorosa para mãe e bebê.
Quanto menor a criança maior é a angústia, principalmente para a mãezinha.
Entretanto, a separação é uma etapa que faz parte da vida de qualquer ser humano. Afinal nossa primeira experiência de separação é o ventre materno.
Com isso, estou tentando dizer que a separação é inevitável, porém pode ser efetuada e trabalhada de uma maneira menos dolorosa para ambos os lados.
O que fazer então?
- Estabelecer vínculos amorosos e cuidadosos desde o nascimento: se a criança sente que sua conexão com a mãe é forte o suficiente desde o nascimento – apego seguro, o afastamento não representará algo semelhante ao abandono ou deprivação.
A mãe precisa tentar estabelecer um equilíbrio entre as funções maternas e o trabalho, estabelecendo períodos para se devotar ao seu filhinho e estreitar os laços amorosos.
Como saber se esses laços estão fragilizados? Quando o bebê chora demais e de maneira desesperada, passa por períodos de apatia, desvia o olhar ou se recusa em aceitar a alimentação. Caso isso ocorra vale a pena reconsiderar a situação e partir para uma orientação especializada.
- Selecionar um local apropriado e confiável: Se a mãe não se sentir confiante e confortável com o lugar escolhido para deixar seu bebê ela não conseguirá se separar com segurança de seu filho. Para tanto, alguns fatores devem ser levados em consideração: organização, higiene, luminosidade, cuidadoras fixas para os bebês (até um ano e meio do bebê deve ser uma cuidadora para cada cinco crianças), carinho para com os bebês – o famoso colinho amoroso, sonoridade (uma musiquinha tranquilizadora pode cair muito bem), segurança contra acidentes, e outros.
- Atenção a alimentação: preparo, qualidade dos produtos, dos alimentos e higiene: deve haver uma cozinha específica para atender as necessidades das crianças.
- Nove meses é uma etapa de grande atividade para o bebê: enquanto o bebê não engatinha as coisas funcionam sobre certo controle. A partir de nove meses as cuidadoras e o local deve ser pensado para esses futuros “andantes”.
- Lidar com as emoções na hora de se separar do bebê no berçário: ambos sentem muito a separação. Entretanto, o maior desafio é par a mãe. O bebê e sua mãe de início são uma união indissolúvel. Por isso, se a mãe estiver muito angustiada o bebê fará a leitura das emoções da mamãe e seu sofrimento se acentuará.
O que fazer? Conter as emoções e passar para o bebê muita segurança.
- Certificar-se que nesse período de adaptação do bebê ao berçário fique por perto do bebê pessoas conhecidas: cuidadora, mãe, pai ou a vovó.
- Estar perto no período de adaptação: na fase de adaptação não é indicado e muito menos aconselhável que a mãe deixe a criança no berçário, vire as costas e vá embora. É um verdadeiro abandono para com o bebê. A presença de alguém afetivo e conhecido do bebê faz toda a diferença. Aos poucos ela se acostuma com o novo modelo de cuidados.
- Detalhes que fazem a diferença na adaptação: demonstrar segurança ao bebê, falar em tom suave e calmo ajuda a passar segurança no momento da separação, deixar a criança sentir e visualizar o ambiente, oferecer brinquedos e atividades que estimulem a curiosidade do bebê e facilitar a interação da criança com as pessoas e o ambiente.
O mais importante é que no começo tudo parece um sofrimento imenso e que isso nunca vai passar. Seja confiante, amorosa e segura. Deixe seu filhinho sentir esses afetos que no final tudo dará certo!