Um dia ou outro os pais vão passar pela experiência de seu filho não querer ir para a escola. Isso pode acontecer em qualquer fase do período escolar e os pais precisam aprender a lidar com isso.
Tudo estava, aparentemente, indo bem, até que um belo dia seu pequeno “decide” não ir mais a escola.
Como assim?
A criança pode se negar a vestir a roupa do colégio ou mesmo, entrar no carro e armar o maior berreiro na porta escola e se negar a se desgrudar de voce.
Por que será que isso está acontecendo?
Tudo parecia estar indo tão bem!
Até ontem seu filho relatava adorar a professora, se dar bem com os colegas e a escola era seu segundo melhor lugar do mundo. Pois bem, a palavrinha mágica pode ser o “medo”. O medo ou a insegurança em ir para a escola pode estar relacionado a mudança de série (maternal – jardim; pré – fundamental e assim por diante). É o medo ou o temor do desconhecido, de ter que amadurecer e perder coisas, relações, atenção ou qualquer outra coisa que até ontem lhe era fonte de prazer e segurança. Esse tipo de situação é mais comum em crianças na fase dos quatro a sete anos, mas pode ser observada em qualquer idade. Afinal medo é medo e muitas vezes a causa desse sentimento não está evidente.
Os adultos conseguem localizar seus medos e falar sobre eles com mais facilidade que as crianças. Elas simplesmente sentem o sentimento e não sabem lidar com ele. O medo vira um monstro sem tamanho e sem nome. Moral da história, se a criança não sabe o que ela está sentindo a saída é evitar o que está lhe causando desconforto e ansiedade. É importante ressaltar que o medo de ir para a escola é diferente para cada fase de amadurecimento da criança. A insegurança do pequenino que vai para a escola pela primeira vez é diferente do medo da criança que já cursa a escola. Os estudos mostram que a dificuldade infantil é mais usual nas fases que compreendem a préescola e o fundamental e depois pode ressurgir na puberdade.
Uma boa notícia, é só uma fase!
A criança com suas potencialidades e mediado pela presença amorosa e incentivadora dos pais conseguem superar essa fase de transição com sucesso, principalmente se a escola estiver de mãos dadas com a família, imbuídos de retomar a assiduidade do pequeno as aulas. Por outro lado, precisamos ficar atentos para que a fase de transição não seja confundida com um problema emocional mais grave. Nesse aspecto, não podemos deixar de mencionar alterações importantes que podem repercutir diretamente na saúde mental da criança, entre elas, a depressão infantil, o transtorno de ansiedade, bullyng ou o descompasso entre a filosofia da escola e o que os pais desejam da escola.
Algumas crianças ficam ansiosas, quando as coisas não vão bem. Podem somatizar e apresentarem dores de barriga, dor de cabeça, vontade de vomitar aos chegar na hora de ir para a escola, entre outras. Outras situações ,e, não menos importantes, podem contribuir para o não desejo dos pequenos em irem para a escola e usualmente estão associadas a desarmonia familiar, chegada do segundo filho, morte de ente querido, separação dos pais, etc.
Como lidar com a situação?
Primeira coisa, não entrar em desespero ou acreditar que seu filho virou um “ET” de uma hora para outra. Segundo, procure identificar a causa e espere o momento certo para seu filho se abrir com você. Questione sobre o ambiente escolar e do que ele gosta e não gosta na escola. Lembre-se, agora você é um verdadeiro detetive buscando pistas para esclarecer os conflitos que está sendo experienciado por seu filho. Seja habilidoso e paciente. Em seguida, procure a escola e converse com a professora e se preciso com outras mães para tentar entender a situação. Passe confiança a seu filho e diga que tudo ficará bem. Use livros infantis que fale sobre diversos tipos de medo, dramatize com bonecos ou dedoches e procure lidar com o medo infantil de maneira lúdica e assertiva. Por último, se as coisas não se resolverem, procure ajuda especializada para lidar com a problemática.