Evite sermão e seja específico com seu filho. Muito blá blá blá só leva a distração e falta de objetividade!
Compartilhar valores, exemplos e nossas histórias de vida com nossos filhos nos humaniza e demonstram as crianças que somos humanas e que também acertamos e erramos como elas. Mostramos não só nossas fragilidades quando éramos crianças, mas também que em determinados momentos de nossas vidas também precisamos de ajuda, embora, sejamos adultos. Não importa a altura ou a idade – gente é gente!
Procure ouvir seu filho com empatia e no caso de uma resposta inesperada por parte da criança evite a crítica ou o julgamento. Isso pode deixar a comunicação truncada. Observe essa historinha! Pedrinho é uma criança tímida e costuma ser tachada pela professora como uma criança que costuma sempre se vitimizar. Certo dia, durante as atividades em classe, a professora percebeu que o garoto estava triste e mais quieto que o habitual. A professora se dirigiu até o Pedrinho e o questionou: “O que aconteceu Pedro? Voce está triste?” Pedro lhe respondeu: “Eu queria ter amigos melhores!” De prontidão a professora retrucou: “E você é legal com eles?” Provavelmente, em seguida, viria um belo de um sermão!!!
Imagine como o Pedrinho se sentiu diante da pergunta! De início a professora parecia empática e acolhedora. Logo após Pedrinho ter exposto seu sentimento, a professora exibe uma bela critica! Por outro lado, se a professora tivesse dito: “Entendo o que você está sentindo e você tem alguma ideia de como poderíamos resolver isso juntos?” Pedrinho provavelmente se sentiria acolhido, validado em seus sentimentos e ainda abriria um canal para procurar uma solução para seu problema/desafio.
Quando adicionamos pitadas de crítica, culpa e incapacidade sobre os ombros da criança ou de um filho, a tendência delas é se fecharem, ficarem na defensiva e muito menos dispostas a assumir sua parcela de responsabilidade na dificuldade em fazer amigos ou de ter amigos melhores.
Uma terapeuta familiar, Alice Ginott, costumava aconselhar os pais a só falarem sobre o que os filhos fizeram de errado depois que os sentimentos subjacentes tivessem sido abordados. Para isso ela recomendava nunca começar uma frase usando “Por que você fez isso?” Para a autora estaríamos começando o diálogo com a criança por meio da crítica, da acusação e do confronto. A criança poderia ficar na defensiva. Portanto, comece o diálogo com seu filho primeiro abordando o sentimento, a compreensão pelo sentimento e só depois a motivação para o estado de humor observado. Esses passos são semelhantes a cuidar de um ferimento. Primeiro você acolhe o paciente machucado, depois limpa o ferimento e por último passa um antisséptico e cobre a ferida.
Em nenhum momento estou querendo passar a ideia de que devemos passar a mão na cabeça das crianças ou de nossos filhos quando eles fazem algo errado ou demonstram alguma inabilidade. Pelo contrário, precisamos ajudar nossos filhos a desenvolverem competências e habilidades de vida. Não é por meio da negatividade, do rótulo, do sermão que vamos conseguir impulsionar as crianças para frente. Se precisamos corrigir algo no comportamento infantil, que seja focal e levando em conta a situação específica.
Tome estes simples exemplos: Em vez de “Como você é descuidado e bagunceiro! Tem brinquedo espalhado pela casa toda!”; substitua por: “Os brinquedos estão espalhados. – Voce precisa guarda-los”!
Em vez de: “Meu Deus, fale pela boca, ninguém te ouve!”; diga: “Fale mais alto para o garçon lhe atender”!