Não imponha suas ideias ao seu filho, apenas ofereça escolhas limitadas ou saídas inteligentes.
Quer bloquear a comunicação e a conexão com o seu filho é após ele ter feito algo inadequado ou que você julgou errado dizer para ele como ele deveria ter feito, principalmente se for num tom acusatório ou cheio de crítica. Esse tipo de comportamento não é nada acolhedor e compreensivo! Passa a ideia para a criança de que ela é inadequada, pouco esperta ou incompetente. Quem já não passou por isso?
Imagine você contando algo que te incomoda ou que lhe causa sofrimento para um amigo e em seguida ele solta algo do tipo: “Se eu fosse você eu teria agido assim e assado. Simples assim!” Plenamente entristecedor e a conexão sessa!
Tenho certeza que seu filho se sentiria melhor se você o acolhesse com carinho, o ouvisse com atenção e o deixasse comentar sobre o fato ocorrido. Devagarinho e sob sua atenção amorosa, provavelmente seu filho iria abrindo algum leque de possibilidades para a própria resolução de problemas ou pediria a você que o ajudasse propondo alguma sugestão ou saídas para as dificuldades.
Ao conversar com seu filho não tente impor seu ponto de vista ou mesmo “arrumar” uma solução imediatista. Evite colocações rudes e desrespeitosas – utilize a abertura do diálogo e traga exemplos do seu cotidiano para se empatizar com seu filho, do tipo: “Eu também já tive dificuldade com…” ou outra frase que no momento couber.
Se quisermos ser treinadores/tutor/mentor emocional de nossos filhos nunca devemos dar soluções imediatistas frente a uma inabilidade de controle emocional da criança: “Que bobagem você estar assim!”; “Esse seu comportamento é ridículo”; “Pare com essas coisas de bobinho!”, etc.
Antes de tudo mostre-se compreensivo, acolhedor, respeitoso e não passe a ideia de que seu filho é inábil ou incapaz. Atitudes como estas “bloqueiam” a comunicação e não é isso que você quer!
Favoreça em seu filho sentimentos de aceitação (amor, carinho, respeito), para isso, primeiro escute, mostre por linguagem não verbal que você o entende e só após você ter percebido que seu filho está receptivo, emita algum conselho ou alguma dica. Isso ajuda a fortalecer a autoestima de seu filho e a conexão entre vocês!
Gottman, J. (pesquisador da inteligência emocional) usa uma frase muito bacana: “Propor soluções antes de mostrar empatia pela criança é o mesmo que construir uma a estrutura de uma casa antes das fundações”.
Por mais que tentemos proteger nossos filhos de situações adversas, nós não podemos estar colados o tempo inteiro em nossos pequenos. Haverá situações embaraçosas para as crianças e certamente elas vão se magoar e se entristecer. Imagine um coleguinha de escola fazendo “brincadeirinhas” sobre as sardas na face de sua filha, ou ainda, seu filho tenso por estar indo pela primeira vez para um curso extra-curricular.
Como adultos, podemos achar essas “tensões” coisas pequenas e sem muita importância, mas para nossos filhos isso pode causar sofrimento e desamparo. Que tal sermos mais compreensivos e nos colocarmos como adultos no lugar da criança? Como será que nós estaríamos nos sentindo e comportando? Que atitude tomaríamos? A quem poderíamos recorrer para aplacar nossa angústia infantil?
É isso que precisamos fazer para mergulhar nas profundezas do mundo infantil!