Ofereça opções limitadas ao seu filho e ao mesmo tempo sonhe junto e mantenha a honestidade acima de tudo! Seu filho precisa de sua verdade e seu exemplo para fazer o melhor.
Adulto tem a mania de achar que os filhos devem obedece-los de maneira irrestrita e sem questionamento. As crianças devem seguir os adultos como seus séquitos e colaborar sem opinar e questionar, como se as crianças não fossem seres pensantes e com desejos.
Outro dia eu estava visitando um berçário em São Paulo e uma cuidadora pegou o bebezinho do berço que estava dormindo, colocou-o no trocador, arrancou suas roupas e o levou para a banheirinha e suspirou: “hora do banho!” Fiquei chocada! Não houve um momento de transição amorosa e respeitosa para com a criança! Regra é regra e aquele momento era a hora do banho e ponto final!
Muitos pais exigem colaboração de seus filhos alegando que a regra é regra e cada família tem as suas. Por exemplo, na minha casa a regra era só comer a sobremesa depois de ter esvaziado o prato, não importando se as pessoas tinham ou não fome ou desejo para continuar comendo. Moral da história, teve vezes que fiquei com muita dor de barriga!
Voce seria capaz de falar assim com seu parceiro e com seus amigos? Acho que não, pois isso seria muito desrespeitoso. Se é assim, cadê o respeito para com as crianças?
Rotina, obediência e colaboração são itens muito uteis no andamento de um lar, mas não deve ser stricto ou engessado. Com a vida atribulada da sociedade moderna, os lares se tornaram cheio de regras: “Não pode mexer com tinta, pois vai sujar e eu já limpei tudo”; “Não pode tirar os brinquedos do cesto, pois vamos sair em meia hora e a casa precisa ficar arrumada”; “Não tire os sapatinhos, pois em breve vamos para a escola”! Para as crianças isso deve soar muito chato e incompreensível!
Já atendi pais tão exigentes que os filhos não tinham nem o direito de escolher, num restaurante, o sabor do suco ou o sabor da pizza que iriam comer! Atitudes assim dos pais, propiciam o desenvolvimento da insegurança, timidez e a incapacidade da criança de ser responsável pelos seus atos.
Crianças precisam treinar desde pequeninas a oportunidade de fazer escolhas e essas escolhas estão baseadas na faixa etária e na adequação da escolha. Quando o desejo de escolha da criança é respeitado, ela vai construindo um sentimento de Ser completo, de poder fazer escolhas e de ser respeitada por isso, de autonomia e de consequências. Por exemplo, seu filho quer ir no aniversário do coleguinha, cuja decoração será de super-heróis. Voce pode dar a opção: “Voce prefere ir na festa do Joãozinho com a roupa do super-homem ou do homem-aranha? Voce escolhe!”
Sempre que possível mergulhe junto nos sonhos de seu filho. Imagine que o ano passado você pode dar ao seu filho um vídeo game de natal e esse ano ele quer um mais sofisticado. Em vez de dizer que ele é um mau agradecido e não reconheceu seu esforço em compra-lo, apenas diga: “Deve ser um aparelho bem legal esse novo vídeo game que você quer e com muitos recursos” – “Entendo seu sonho e eu também tenho os meus”! “O que poderíamos fazer para realizar o seu sonho?” – “Podemos pensar sobre o assunto”!
O importante é seu filho perceber que você o ouviu com atenção, não desmereceu seu sonho e que no momento esse sonho não pode ser realizado, mas quem sabe vocês podem encontrar outras saídas para o sonho.
Outro detalhe, os filhos são dotados de antenas parabólicas. Portanto, possuem a capacidade de fazer a “leitura da sinceridade”. Eles percebem quando os pais estão mentindo ou tentando enganá-los. Não pense que seus filhos vão se sensibilizar com a sua empatia se ela não vier do fundo de seu coração. Assim, só faça aquilo que realmente pode fazer e expressar e que venha do fundo de sua alma. Do contrário soará falso.