Que os casais estão tendo menos filhos na contemporaneidade não há dúvidas. As estatísticas mundiais mostram isso e nosso IBGE também. Nossa taxa de filhos no Brasil é de 1,7 por casal.
Ter um número reduzido de filhos pode estar associado não só aos recursos financeiros, mas também ao desejo pessoal e, muitas vezes do casal, em investir em projetos relacionados a carreira, educação, problemas sócio-familiares, entre outros.
Estudiosos da área social ressaltam que casais ao postergarem a vinda do primogênito acabam por desenvolver e concretizar sonhos. Quando o bebê “aparece” esses sonhos estão consolidados, permitindo que os parceiros se sintam mais realizados, satisfeitos, seguros e completos para iniciar o processo de criação e educação dos filhos, sem se sentirem atropelados por investimento na educação ou carreira.
Parece que a ideia de construir uma família grande, segundo os cientistas sociais, tem implicações importantes, principalmente quando a candidata a maternidade tem mais de 35 anos. O relógio biológico age desfavoravelmente para a mulher desejosa de seu primeiro bebê. Resultado, os casais vão se adaptando a um número menor de filhos (1 ou 2).
Pais jovens relatam que a vinda de um filho pode modificar a realização de projetos a curto e longo prazo e até mesmo a desistência deles, além de contribuir para um certo esfriamento conjugal. Decorrência do excesso de atividades em curso. Por outro lado, pais mais velhos, referem um grau maior de plenitude e realização. Referem que a maturidade e a aquisição de escolaridade e do investimento profissional na época certa os deixaram mais relaxados para desfrutar do primeiro filho.
Apesar dos questionamentos da melhor fase ou época para ter filhos, uma coisa é certa, a maioria dos casais referem que não se imaginam sem seus filhos, independentemente de terem tido em uma fase mais jovem ou mais madura. Afirmam ainda que a presença dos filhos dentro do lar é pouco contestável, mesmo eles não sendo autênticos “Lord Inglês mirim”.
É claro que ter um filho em uma fase ou outra da vida não descarta a possibilidade de experienciarmos junto a eles sentimentos de preocupação, alegria, raiva, tristeza, satisfação, decepção e a percepção de termos feito ou não um bom trabalho. Postergar a vinda do primeiro filho não é uma garantia de resultados positivos na balança da vida.
Da mesma forma que encontramos pais jovens muito atentos e dedicados na criação de seus filhos, podemos também observar pais maduros pouco responsáveis e tolerantes demais com o “excesso de energia” de sua criança. Cada casal sabe onde lhe aperta o calo e cada qual tem seus valores e, democraticamente, são livres para tomar suas decisões quando o assunto é postergar ou não a vinda do primeiro bebê.
Uma coisa é certa, não podemos afirmar que o casal que posterga a vinda do primogênito será mais feliz do que aquele casal jovem que resolveu assumir seu primeiro bebê. Não podemos associar felicidade, bem-estar e completude somente a casais maduros, com bom nível educacional e bem sucedido economicamente.
Satisfação, segurança e felicidade são “valores” que agregamos a nossa vida independentemente de termos coisas ou bens. Se o casal quer postergar a vinda do primeiro filho que o faça. Porém, se o casal acredita que os filhos são bem vindos numa fase de maturidade ou não – que assim seja!
Comparações nunca foi uma boa opção – causam estresse, ansiedade e muita angústia.
Que cada um (casal) cuide de sua vida da melhor maneira possível sem interferência de outrem.