Quem nunca refletiu: “filhos são para sempre”, que atire a primeira pedra. Nós podemos nos desvencilhar de objetos distintos, roupas, bens em geral, porém, os filhos são definitivos na vida dos pais.
Não desqualifico que, às vezes, não é nada fácil lidar com os diversos quereres das crianças, ou, muito menos, afirmar, que a convivência com os pequenos é sempre pacífica ou paradisíaca, e, que horas difíceis, que sentimentos conflitantes, e, que erros farão parte de qualquer cardápio familiar.
Entretanto, quando existe um “projeto” em educar e fazer o melhor para os filhos, as coisas tendem a ser mais fáceis.
Criar filhos, no mundo atual, exige tomada de decisão constante, com chances de acertos e erros. O que de certa forma nos conforta, é que muitos dos erros que cometemos alguém já o fez, e, não é por isso que foram para a forca ou para a cadeira elétrica. Apenas serviu de amostra para fazermos melhor, evoluirmos com os descaminhos de quem procurou acertar.
Quantas vezes deixamos de aproveitar momentos bacanas com nossos filhos em detrimento de uma casa limpa e em ordem, da leitura de emails, do carro limpo e etc.? Quebrar a rotina é abrir espaço para o diferente, e, ao mesmo tempo ensinar a criança, que flexibilizar é a alma do negócio, que os afetos estão sempre em primeiro lugar. Não nego a importância da rotina, mas quebrá-la uma vez por outra é enriquecedor.
Quando os laços familiares estão em sintonia, não há dúvida, que aconteça o que acontecer os reparos podem ser visivelmente atingidos, e, o famoso “bom pai e boa mãe” podem ser experienciados de maneira saudável e equilibrada.
Ser bons pais não significa ser o tempo todo um chefe autocrata, ditador de normas e rotinas dentro do lar. Fazer concessões pode ser tão eficiente quanto manter a ordem e o funcionamento da casa. Porque não mudar a ordem das coisas de vez em quando: comer a sobremesa antes do almoço, tomar banho a noite em vez de cedinho, colocar sandália com meia no lugar do tênis, entre outros. Coisas simples que promovem graça e leveza no dia a dia.
Uma criança pequena (com cerca de 6 anos), quando teima e exige uma balinha antes da refeição, ela não está pensando na cárie dental, na perda do apetite, no trabalho que você teve para preparar uma refeição saudável, ou, até mesmo o quanto ela está conseguindo lhe irritar com seu comportamento fora de hora. Ela está simplesmente pensando em seu prazer imediato. Não desqualifico que isso promove raiva no cuidador, porém, nosso coração se aquieta ao entendermos seu psicodesenvolvimento imaturo para negociações adultas.
Precisamos aprender a valorizar o que realmente merece nosso zelo e atenção, como resultado teremos filhos menos pressionados e mais calmos. Ninguém aguenta ser cobrado por bom comportamento o dia todo. Uma hora a válvula da panela de pressão entope e a panela pode estourar. Estou tentando apenas demonstrar, que em alguns momentos seu filho não cumprirá todas as regras que você estipular, e, nesse momento é melhor escolher aquelas que realmente não podem ser quebradas. Isso é sabedoria paternal, bem diferente de tentar medir forças.
Claro que a hora do não é não, mesmo que os pequerruchos desejem um belo sim. Limite é bom e toda sociedade aprecia, mesmo entendendo que isso dá trabalho e não proporciona felicidade instantânea as nossas crianças. Crianças são egocêntricas, monopolizadoras, espertas e querem o prazer a curto espaço de tempo. Quando recebem uma negativa se aborrecem, ficam iradas e a birra surge como arma de exterminação em massa. Elas nem imaginam que você está apenas tentando discipliná-las e educá-las. Elas não querem dizer com seu mau comportamento que não os ama, que preferiam outros pais, ou, que o “chilique” é para destruí-los. É apenas uma reação de desagrado pelo recebimento de uma intervenção que lhes causa frustração.
Uma coisa é certa, enquanto crianças elas não são gratas por sua atitude em educá-las. Todavia, no futuro, vocês pais e seus filhos, certamente, vão colher frutos saudáveis, assim sendo, quando situações complicadas aparecerem em seu cotidiano, antes de tomar uma decisão por impulso, analise-a primeiro e observe se realmente seu filho merece tanta cobrança ou uma carga de emoções negativas. Pense em como você poderia sabiamente manejar a situação.