Qual pai ou mãe nunca pensou: ah! Se eu pudesse fazer tudo novamente…
Eu corrigiria tal coisa, eu não faria aquilo, eu não teria dito aquela frase, eu, eu, eu. Um monte de “eus” cheio de culpa e ressentimentos.
A maioria dos pais quer acertar com seus filhos, proporcionar-lhes um bom suporte para o desenvolvimento físico, mental, biológico, para que eles sejam felizes, alegres, bem sucedidos e inseridos no mundo que os cercam. Todavia, logo no primeiro ano de vida da criança, pai e mãe percebem que não existe uma receita precisa e infalível para criá-los. Logo a receita cai por terra, pois, o que se adapta a uma criança não se adapta a outra necessariamente.
Algumas crianças são suaves e fáceis de lidar. Outras apresentam um temperamento mais incisivo e exigem uma participação mais eloquente de seus pais. Quando isso passa a ser motivo de discussão nas salas de espera de pediatras, o bolo pode passar do ponto e queimar, ou, ser retirado do forno antes do tempo. Muito mais que ouvir conselhos sobre criação dos filhos, eu acredito, que ouvir o nosso coração é mister.
Enfocar os momentos que desfrutamos ao lado de nossos filhos é mais importante que promover uma agenda cheia de atividades aos pequeninos, sem tempo para a criatividade, a espontaneidade, a fantasia, o brincar e o ócio, a mente das crianças empobrece. Adoro momentos de pernas para o ar com os pequenos, sempre aparece uma frase, uma palavra, uma sugestão inesperada, que rende bons momentos de gargalhada. No não fazer nada, podemos dar azas a inteligência.
Quando estamos de corpo e alma com as crianças, em qualquer atividade lúdica, esquecemos regras, podemos nos soltar e sair da posição enrijecida de comando.
Quebrar regras, de vez em quando é saudável para ambas as partes: pais e filhos! Quando fazemos isso, parece que nos humanizamos mais e ficamos mais próximo deles. Fazer concessões também pode ser uma maneira de mostrar aos pequenos, que ser flexível ajuda muito no convívio familiar.
Existem regras que não podem ser quebradas: respeito, educação, boas maneiras, entre muitas, e, outras que…
As crianças quando desejam algo, o desejam por que é gostoso e dá prazer. Na verdade, a insistência de algo “bom” está associada aquilo que dá prazer no ato, e não ao desejo de deixar os pais enfurecidos. As crianças pequenas ainda vivem sob o domínio do princípio do prazer.
Ai está nosso papel enquanto pais, mediar o tal prazer. Mostrar que existe hora para tudo, relativizar e não castrar.
Quantas vezes nos zangamos com nossos filhos, somos rudes, perdemos a paciência e nos arrependemos a posteriori. Pois bem, que tal treinarmos a calma e a respiração profunda. Numa próxima situação, onde a perda da estribeira esteja querendo emergir, respirar fundo, manter a calma, conter o pequeno e ajudá-lo a lidar com suas emoções, pode ser uma atitude de mestre. Colocar em palavras as emoções que o pequeno sente, ajuda a entender o que ele quer, ou, o que ele precisa.
Não seja rígida ou ríspida demais. Comece praticando a gentileza e só em último caso use a rigidez. Pode ser uma maneira diferente e assertiva de enxergar a educação de nossos filhos.
As vezes nos magoamos, quando nossas crianças dizem que não nos amam, que não nos queria como pais, que somos horríveis e que desgostam de nossas atitudes. Claro que isso acontece, quando uma negativa é aplicada a atitudes ou comportamentos inadequados das crianças.
A empatia é o grande termo da modernidade. Ela significa se colocar no lugar do outro. Pois bem, se coloque no lugar de seu filho. Você gostaria de ter sempre chamada a sua atenção? O tempo todo ser cobrada por acertos? As crianças são semelhantes a nós, também apresentam dificuldade em assumir, que “pisaram na bola”, de entender que a correção é para o bem delas, que sua mãe está fazendo o melhor para ela agora e plantando boas sementes para o amanhã.
Uma coisa é certa, no presente as crianças não compreendem a razão de limites e de negativas. Que eles são úteis para seu desenvolvimento, mas certamente no futuro elas irão lhe ser gratas por tudo isso!