Alguns conflitos matrimoniais acabam jogando a/as criança/as para o meio do casal. Os pais acabam manipulando o filho de maneira doentia, pouco respeitosa, e pior, não lhes poupam seu emocional.
A criança vira um verdadeiro jogo de ”ping-pong”. Ela é programada por um dos cônjuges para odiar o outro, tornando-se vítima da Síndrome de Alienação Parental (SAP).
Um dos parceiros inicia seu processo de desqualificação do outro, minando seu relacionamento afetivo, e, passa a difamá-lo para a criança. Como a criança não tem maturidade e senso critico apurado, ela passa a acreditar, que um de seus pais lhe deseja mal, ou, o mal de seu pai, ou, de sua mãe.
Crianças com SAP têm o vínculo com o genitor afastado destruído, denegrido e friável.
Na situação descrita, o modelo principal passa a ser o alienado (pai ou mãe), que difama o ex-companheiro.
Alguns estudos mostram que vítimas de abuso sexual, conseguem com apoio familiar e psicológico, superar a violência sofrida, porém, que as crianças que foram vitimizadas pelo SAP, que o abuso emocional é tamanho, que as consequências vão repercutir de maneira intolerável na mente da criança.
Esses mesmos estudos demonstram que as crianças podem percorrer uma gama de alterações emocionais, que vão da depressão infantil, passando pelo isolamento social, incapacidade de adaptação ao meio, comportamento hostil até a dupla personalidade. Se isso não fosse o bastante, pode ocorrer a inclinação para drogas.
As crianças submetidas a SAP podem se tornar mentirosas, manipuladoras, assim como seus genitores. Isso porque, desde cedo, aprendem a falar somente meias verdades.
Ao se tornarem adultas, e terem a oportunidade de descobrir que foram expostas a uma farsa, elas se voltam contra o alienador e tentam retomar o relacionamento com o genitor afastado, todavia com muitas sequelas emocionais.
Casais que não se respeitam mutuamente e que costumam brigar na frente dos filhos estimulam as crianças a tomarem algum partido, e, geralmente elas tendem para o lado mais fraco (sem necessariamente essa ser a situação verdadeira). As crianças ficam divididas, indefesas, e, a possibilidade de presenciar um lar em ruínas lhes deixam com baixa autoestima e inseguras.
O melhor é o casal tentar manter a calma, resolver seus problemas de relacionamento em local apropriado, de maneira civilizada e respeitosa. Do contrário, os filhos podem pagar uma conta muito alta. Falar mal do outro para a criança, ou, na frente dela, é extremamente prejudicial. Nada é mais agressivo e danoso para a criança do que a perda de seu referencial familiar.
Além do comprometimento emocional, uma mulher vitima de SAP por parte de sua mãe, pode no futuro, deixar de confiar nos homens para o resto da vida e ter graves problemas relacionais com figuras masculinas. O mesmo pode acontecer com o filho vitima da SAP por parte de seu pai.
Por mais duro que seja a criança deve ser informada da separação dos pais por ambos em linguagem simples e que possam compreender.
Quando o ex casal demonstra respeito um pelo outro, a criança sente que esse respeito reverbera para ela e a motiva ser solidária com seus pais. Reprimir uma separação, até ela chegar ao ponto de uma grande explosão, dificulta o entendimento da criança, e, transforma a experiência da separação em um trauma deletério.
Os pais devem dar espaço para a criança expressar seus sentimentos e não usa-la como mensageira de recados.
Caso o casal não consiga dar conta da situação conflitante, a ajuda de um mediador pode auxiliar no processo, pois, o que conta é o bem estar da criança.