Quantas pessoas já nos disseram que não combinamos com a “cara metade escolhida”.
Que somos de uma determinada maneira e nosso parceiro é de outra. Que um gosta da noite e o outro gosta do dia.
Que um aprecia a praia e o outro gosta da temperatura amena do campo; muito embora, a situação climática, hoje em dia, está bem alterada!
Se formos bem a fundo, estamos falando de algo muito particular: o temperamento. Cada um tem sua forma de ver, agir e se colocar no mundo e muitas vezes são essas “formas” que podem ou não dar o colorido em uma relação a dois. Colorido, se tudo estiver transcorrendo de maneira saudável, e, em mais de cinquenta tons de cinza se a relação se transformar num campo de desacordos.
Uma mesma situação pode ser vista e entendida pelo casal de diferentes maneiras – podendo acabar em desalinho e em ressentimento.
Casais podem se desentender e isso é esperado, pois cada um tem seu ponto de vista. Entretanto, o que alinha o vinculo positivo entre as partes é a cumplicidade e o desejo de superar conflitos.
Aceitar as diferenças pessoais é uma das principais variáveis a serem superadas dentro do matrimônio. O que para um parceiro é pura tolice, para o outro pode ser um grande motivo para se sentir ressentido, rejeitado ou humilhado.
Certa vez estava conduzindo uma sessão de casal, quando o marido, em seu tom acalorado, relatou que sua esposa tinha tolerância “zero” com qualquer garçon que demorasse a atender ao pedido. Fazia cara feia, batia a ponta dos dedos na mesa e os pés pareciam dançar tango na posição sentada. Uma semana antes de narrar o ocorrido, o marido havia deixado sua esposa sozinha a mesa após seu “showzinho”. A esposa se vingou do marido fazendo voto de silêncio, não preparando as refeições e não lhe passando nenhum recado telefônico.
Moral da história, divergência, desejo de vingança, justiça e sofrimento foi o tema das outras três sessões seguintes!
Aceitar as diferenças e estar aberto para acordos pode melhorar em muito a qualidade de vida amorosa e relacional dos parceiros. Encontrar pontos em comum, deixar de lado as punições afetivas, desconsiderar a lei do “olho por olho, dente por dente” ajuda a melhorar a constelação amorosa e incita a civilidade e a ponderação.
Outro lado do temperamento que não pode ser omitido é o uso dele para mascarar o desejo de força e poder dentro da relação. Por vezes, o “temperamento” entra para encobrir o que não vai bem. A desavença pode ser usada como um jogo de quem pode mais e de ressentimento.
Desavenças poderão existir dentro do casamento, bem como, formas diferentes de pensar e expressar a opinião. O que não pode existir é a falta de etiqueta relacional. Isso é inaceitável!
E você já usou seu “temperamento” para manipular alguma situação complexa em sua relação?